Recentemente, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) determinou a retirada imediata de determinados kits de alisamento brasileiro do mercado europeu. A decisão foi tomada após uma análise que identificou possíveis riscos à saúde associados ao uso desses produtos em pessoas que buscam alisar cabelos cacheados ou crespos.
Esta ação preventiva acontece em um contexto de maior vigilância sobre a composição de cosméticos, especialmente aqueles voltados para o tratamento capilar, devido à preocupação crescente com substâncias químicas potencialmente nocivas ao organismo humano. Os produtos em questão eram amplamente comercializados e visavam proporcionar um efeito liso duradouro, o que atraiu muitos consumidores com diferentes tipos de cabelos.

Por que houve a retirada dos kits de alisamento brasileiro?
A medida foi motivada pela identificação de componentes proibidos na União Europeia, entre os quais formaldeído e ácido glioxílico. O formaldeído, além de ser um agente potencialmente carcinogênico, pode desencadear reações alérgicas graves em usuários sensíveis. O ácido glioxílico, embora menos conhecido, pode alterar a fibra capilar e está vinculado à formação de cristais que podem afetar o funcionamento dos rins.
De acordo com a AEMPS, a análise dos documentos técnicos e das avaliações de segurança revelou que os riscos associados ao uso dos produtos não poderiam ser descartados. Diante disso, todos os lotes disponíveis no mercado europeu foram recolhidos, de acordo com as normas do Regulamento (CE) 1223/2009.
Vale destacar que o uso de formol (formaldeído) em alisantes capilares é proibido no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com a regulamentação vigente, o formol só é permitido em baixas concentrações como conservante em cosméticos ou como endurecedor de unhas, não sendo autorizado como agente de alisamento devido aos graves riscos à saúde dos consumidores e profissionais envolvidos no processo.

Quais são os riscos do uso de produtos proibidos para alisamento capilar?
O uso de cosméticos que contenham substâncias vetadas pela legislação pode trazer uma série de consequências para a saúde. No caso específico dos kits de alisamento, os possíveis efeitos adversos vão desde sintomas leves até condições mais graves, como insuficiência renal.
- Sintomas leves: náuseas, vómitos e dores na região abdominal ou lombar.
- Quadros graves: dificuldade para respirar, sonolência excessiva, alteração da função renal.
Além dos sintomas imediatos, o uso continuado pode aumentar os riscos de desenvolvimento de doenças a longo prazo, principalmente em pessoas com histórico de alergias ou sensibilidade química.
O que fazer se o consumidor utilizou os kits de alisamento retirados?
Em caso de exposição recente aos produtos retirados do mercado, especialistas recomendam interromper imediatamente o uso e observar possíveis reações indesejadas. É essencial procurar acompanhamento médico caso surjam sintomas como descritos anteriormente.
- Evite reutilizar ou repassar o produto para terceiros, mesmo que não tenha sentido desconforto até o momento.
- Fique atento a sinais como mal-estar, alteração na cor da urina ou sensação de fadiga.
- Se notar qualquer efeito adverso, o ideal é buscar orientação profissional e relatar o caso ao sistema de vigilância sanitária.
O sistema europeu de cosmetovigilância disponibiliza canais para que consumidores possam reportar eventos adversos, colaborando para a segurança coletiva. Todas essas orientações são válidas também para pessoas que façam uso regular de tratamentos de alisamento, independente da marca ou procedência.
Como escolher tratamentos capilares seguros?
Para evitar riscos, recomenda-se adquirir produtos de origem confiável, sempre verificados por órgãos regulatórios. A leitura cuidadosa do rótulo e a consulta ao histórico do fabricante podem ajudar a evitar o uso de substâncias potencialmente nocivas. Optar por profissionais devidamente qualificados e fórmulas reconhecidas pela legislação vigente representa mais uma barreira de proteção à saúde dos consumidores.
- Verificar a presença do selo de aprovação do órgão regulador.
- Desconfiar de promessas excessivas sobre resultados permanentes ou milagrosos.
- Consultar listas de produtos proibidos ou alertas sanitários emitidos periodicamente.
Antes de usar qualquer produto de alisamento capilar, certifique-se de que ele possui registro na Anvisa. O número de registro no rótulo é uma forma de garantir que o produto passou por avaliação de segurança e segue as normas sanitárias estabelecidas. Caso não encontre essa informação ou tenha dúvidas sobre a regularidade, consulte o site oficial da Anvisa para confirmar a situação do produto antes da aplicação.
A atenção a essas recomendações é fundamental para quem pretende realizar processos químicos nos cabelos, especialmente diante da diversidade de produtos e ofertas disponíveis atualmente no mercado europeu e mundial.