Energético faz mal ou não? Pedro Muniz, nutricionista formado pela USP e registrado no CRN 70616, desmistifica os principais mitos sobre o consumo de bebidas energéticas. O especialista, que compartilha conhecimento científico em suas redes sociais, explica que muitas informações que circulam sobre energéticos são baseadas em medo e não em evidências científicas.
Pedro Muniz (@nutripedromuniz) é conhecido por abordar temas nutricionais de forma didática e embasada cientificamente. Sua formação pela Universidade de São Paulo e registro no Conselho Regional de Nutricionistas garantem credibilidade às informações que compartilha. O nutricionista se dedica a esclarecer dúvidas comuns sobre alimentação, sempre priorizando o que a ciência realmente comprova.
Por que algumas pessoas acreditam que energético causa infarto e câncer?
A desinformação sobre energéticos está relacionada principalmente ao medo da cafeína e dos adoçantes presentes nessas bebidas. Muitas pessoas associam automaticamente o consumo de energéticos a riscos cardiovasculares graves, como infarto, sem considerar as quantidades reais consumidas e os limites seguros estabelecidos por órgãos de saúde.
Pedro Muniz esclarece que uma pessoa saudável pode consumir com segurança até 400mg de cafeína por dia, segundo estudos científicos e recomendações da FDA (Food and Drug Administration). Uma latinha de energético contém aproximadamente 80mg de cafeína, quantidade similar a um café espresso e até menor que algumas outras bebidas populares.
Qual a quantidade de cafeína presente nos energéticos comparada a outras bebidas?
A comparação das quantidades de cafeína revela dados surpreendentes que contradizem muitos mitos populares. Uma lata de energético de 250ml contém cerca de 80mg de cafeína, enquanto 600ml de Coca-Cola têm 60mg da substância. Um café espresso tradicional possui praticamente a mesma quantidade de cafeína que uma lata de energético.
Esses números mostram que os energéticos não são os vilões da cafeína como muitos imaginam. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FDA estabelecem que adultos saudáveis podem consumir até 400mg de cafeína diariamente sem riscos à saúde, o que equivale a aproximadamente cinco latas de energético por dia – quantidade muito superior ao consumo usual da população.
É verdade que adoçantes como sucralose causam câncer?
A alegação de que a sucralose presente nos energéticos pode causar câncer por liberar metanol e ácido acético não encontra respaldo científico robusto. Estudos toxicológicos extensos, avaliados por especialistas em toxicologia, oncologia e nutrição, comprovaram que a sucralose não é cancerígena quando consumida dentro dos limites recomendados.
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) emitiu recomendação oficial em 2016 informando que não foram encontrados estudos científicos desenvolvidos com humanos que suportem as afirmações de que a sucralose aumentaria a secreção de insulina, causaria alterações na tireoide ou câncer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) mantém a substância como segura para consumo.
Como as frutas se comparam aos energéticos em relação ao metanol?
A realidade sobre o metanol em alimentos naturais contradiz completamente os medos infundados sobre energéticos. Quando consumimos uma maçã, ingerimos quantidades de metanol naturalmente presentes 5 mil vezes maiores do que as encontradas em energéticos. Isso ocorre devido à pectina natural das frutas, que se degrada no cólon liberando metanol.
Estudos científicos demonstram que após o consumo de frutas, a concentração de metanol no corpo humano aumenta significativamente devido à degradação natural da pectina. Similarmente, ao comer algumas uvas, consumimos 4 vezes mais ácido acético do que o presente em energéticos. Esses dados revelam que os compostos temidos nos energéticos estão naturalmente presentes em alimentos considerados saudáveis, em quantidades muito superiores.
Quais são os benefícios e cuidados no consumo responsável de energéticos?
O consumo responsável de energéticos pode oferecer benefícios legítimos quando necessário, como melhora na concentração, redução da fadiga e aumento temporário da disposição física e mental. Essas bebidas são especialmente úteis para estudantes, trabalhadores em turnos noturnos ou atletas que precisam de estímulo adicional em momentos específicos.
Os cuidados incluem respeitar o limite diário de cafeína, evitar o consumo em jejum, não misturar com álcool e considerar outras fontes de cafeína na dieta diária. Pessoas com problemas cardíacos, gestantes, crianças e indivíduos sensíveis à cafeína devem consultar profissionais de saúde antes do consumo regular de qualquer bebida com cafeína.
Como fazer escolhas informadas sobre energéticos baseadas na ciência?
A educação nutricional baseada em evidências científicas é fundamental para decisões alimentares conscientes. Pedro Muniz ressalta que informações sem base científica, especialmente aquelas que circulam em redes sociais sem referências adequadas, não devem orientar escolhas alimentares importantes.
Para fazer escolhas informadas, é essencial consultar fontes confiáveis como órgãos reguladores (ANVISA, FDA, OMS), literatura científica revisada por pares e profissionais de saúde qualificados. O medo injustificado de alimentos seguros pode levar a restrições desnecessárias na dieta, enquanto o conhecimento científico permite escolhas equilibradas e conscientes.
Fontes Científicas Consultadas
As informações apresentadas neste artigo foram baseadas em dados de órgãos oficiais e estudos científicos: