Fábio de Mello, que faleceu aos 61 anos, marcou uma era como um dos mais inovadores coreógrafos de comissão de frente no Carnaval carioca. Sua trajetória começou na Imperatriz Leopoldinense, em 1992, sob convite da carnavalesca Rosa Magalhães.
Durante sua passagem pela escola, entre 1992 e 2007, acumulou 12 notas máximas consecutivas, cinco prêmios Estandarte de Ouro e contribuiu diretamente para cinco títulos da agremiação.

Quais escolas de samba também contaram com o talento de Fábio de Mello?
Além da Imperatriz, Fábio levou sua criatividade para outras grandes escolas, como Beija-Flor de Nilópolis, Unidos do Viradouro e Mocidade Independente de Padre Miguel. Em cada uma, deixou sua marca singular.
Na Mocidade, conquistou mais um Estandarte de Ouro e, em 2015, em sua última atuação como coreógrafo, retornou à Imperatriz para receber seu sétimo prêmio pelo quesito.
O que tornou suas coreografias tão revolucionárias na Sapucaí?
Segundo especialistas, Fábio reinventou o quesito com uma leitura precisa da passarela: um palco em movimento, verticalizado e com o público acima. Essa percepção guiou sua estética única.
Seus movimentos coordenados, com formações em flecha e simetrias impactantes, criaram uma nova linguagem cênica. Hoje, muitas comissões seguem seu estilo como referência.
Quais foram os últimos anos de vida de Fábio de Mello?
Apesar do reconhecimento artístico, Fábio enfrentou dificuldades. Sofria com problemas financeiros e com a Síndrome de Guillain-Barré, condição neurológica que afeta os nervos periféricos.
Mesmo afastado do carnaval, sua influência permanecia viva entre os profissionais da Sapucaí. Seu legado atravessou gerações e manteve-se como referência de excelência.
O que diz a nota oficial da Imperatriz sobre sua morte?
Em nota oficial, a Imperatriz Leopoldinense lamentou profundamente a perda e exaltou Fábio como um dos maiores artistas de sua história. A escola destacou sua contribuição para cinco títulos e seis Estandartes de Ouro.
A nota ainda ressalta a parceria de destaque com Rosa Magalhães e afirma que o Carnaval brasileiro deve muito à arte e inovação que ele entregou à Marquês de Sapucaí.
Qual é o legado deixado por Fábio de Mello para o Carnaval?
Fábio deixou um modelo coreográfico que hoje é replicado e adaptado por comissões em todo o país. Seus conceitos mudaram o entendimento do espetáculo na avenida.
- Coreografias adaptadas ao espaço da Sapucaí
- Formações com precisão geométrica e apelo cênico
- Alto índice de notas máximas ao longo da carreira
- Influência contínua entre novos coreógrafos
Mais do que prêmios, Fábio ensinou que a comissão de frente é teatro, é impacto visual e, sobretudo, emoção.
Qual é a importância histórica de Fábio no Carnaval do Rio?
Com cinco títulos e uma sequência inédita de notas dez, Fábio ajudou a posicionar a Imperatriz como referência no quesito comissão de frente. Seu nome está entre os pilares da inovação no carnaval moderno.
Entre 1994 e 2001, participou diretamente de cinco dos nove títulos da escola. Um feito que ecoa até hoje como sinônimo de excelência artística no maior espetáculo da Terra.