Marcos Piangers é jornalista, escritor e considerado uma das maiores referências brasileiras em paternidade moderna. Autor do best-seller “O Papai é Pop” com mais de 1 milhão de cópias vendidas, Piangers transformou sua experiência pessoal em uma missão de conscientização sobre paternidade responsável e afetiva, impactando milhares de famílias através de suas palestras e conteúdos.
Com mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais, o catarinense é palestrante cinco vezes do TEDx e referência em criatividade, inovação e desenvolvimento familiar. Formado em Comunicação pela UFSC e com especialização em Ciências do Bem-estar pela Universidade de Yale, Piangers foi eleito entre os melhores influenciadores brasileiros e seu trabalho foi adaptado para o cinema, protagonizado por Lázaro Ramos e Paolla Oliveira.
Por que “o filho é o pai” segundo Marcos Piangers?
A frase “o filho é o pai” expressa o conceito fundamental de que crianças imitam naturalmente os comportamentos dos pais, tornando-se reflexos diretos de suas atitudes e valores. Segundo Piangers, os filhos funcionam como espelhos que reproduzem não apenas ações visíveis, mas também padrões emocionais e comportamentais observados no ambiente familiar.
Esta teoria encontra respaldo científico na Teoria da Aprendizagem Social de Albert Bandura, que demonstra como pessoas aprendem principalmente através da observação e imitação de modelos significativos. Os pais representam os primeiros e mais influentes modelos comportamentais na vida de uma criança, estabelecendo padrões que se perpetuam ao longo do desenvolvimento.
Como funciona a educação por exemplo na prática?
A educação por exemplo opera através de quatro processos fundamentais: atenção, retenção, reprodução e motivação. As crianças prestam atenção aos comportamentos dos pais, retêm essas informações na memória, reproduzem as ações observadas e são motivadas a repetir comportamentos que percebem como positivos ou recompensados.
Piangers exemplifica esse processo com situações cotidianas: se o pai toca guitarra, o filho demonstra interesse pelo instrumento; se os pais trabalham no computador, a criança imita essa ação usando brinquedos ou objetos similares. Este mecanismo de aprendizagem vicária permite que crianças desenvolvam habilidades e valores sem necessidade de instrução formal direta.
Qual o impacto da modelagem comportamental no desenvolvimento infantil?
A modelagem comportamental influencia profundamente a formação da personalidade, valores morais e habilidades sociais das crianças. Comportamentos como cortesia (“licença”, “por favor”, “obrigado”), hábitos de leitura e demonstrações de afeto são transmitidos naturalmente quando os pais os praticam consistentemente no ambiente familiar.
Pesquisas confirmam que crianças expostas a modelos comportamentais positivos tendem a desenvolver maior autoestima, competências sociais mais sólidas e relacionamentos interpessoais mais saudáveis. A qualidade do modelo observado determina significativamente os padrões comportamentais que serão internalizados e reproduzidos pela criança ao longo da vida.
Por que adolescentes escolhem faculdades iguais aos pais?
A identificação com os pais durante a adolescência reflete a continuidade do processo de modelagem iniciado na infância. Quando os pais demonstram paixão genuína por suas carreiras e satisfação com suas escolhas profissionais, transmitem mensagens positivas sobre essas áreas de atuação, influenciando naturalmente as aspirações dos filhos.
Segundo Piangers, adolescentes frequentemente verbalizam fantasias de serem iguais aos pais: “Eu vou conseguir ser assim, igual meu pai/minha mãe”. Esta identificação não representa apenas imitação, mas um processo de construção identitária onde os jovens incorporam aspectos admirados dos modelos parentais em suas próprias personalidades e projetos de vida.
Como pais podem usar a modelagem positivamente?
Pais conscientes podem aproveitar o poder da modelagem para transmitir valores e comportamentos desejáveis através de ações consistentes. Demonstrar comportamentos de leitura, exercitar cortesia nas interações familiares e expressar entusiasmo por atividades saudáveis cria um ambiente propício para o desenvolvimento de hábitos positivos nos filhos.
A chave está na autenticidade: crianças são observadoras naturais e detectam facilmente inconsistências entre discurso e prática. Comportamentos forçados ou superficiais não geram o mesmo impacto que atitudes genuínas e consistentes. Pais que desejam filhos leitores devem, eles próprios, cultivar o hábito da leitura de forma visível e prazerosa.
Quais comportamentos são mais facilmente imitados pelas crianças?
Comportamentos carregados de emoção positiva e frequentemente repetidos têm maior probabilidade de serem imitados. Atividades que os pais realizam com alegria, dedicação e regularidade chamam naturalmente a atenção infantil e despertam o desejo de participação e reprodução.
Hábitos relacionados ao cuidado pessoal, relacionamentos interpessoais, gestão emocional e atividades profissionais são especialmente susceptíveis à imitação. Crianças absorvem não apenas ações específicas, mas também as atitudes emocionais associadas: se os pais demonstram prazer na leitura, os filhos tendem a associar livros com experiências positivas.
Como evitar a transmissão de comportamentos negativos?
A consciência parental sobre o próprio comportamento representa o primeiro passo para evitar a modelagem negativa. Pais devem observar suas reações automáticas, especialmente durante momentos de estresse, irritação ou conflito, pois essas situações são particularmente marcantes para as crianças.
Marcos Piangers enfatiza a importância do autoconhecimento paterno: quando pais reconhecem padrões comportamentais prejudiciais, podem buscar estratégias de autorregulação e, quando necessário, apoio profissional. A busca por terapia ou orientação especializada demonstra maturidade e responsabilidade, criando um modelo positivo de cuidado com a saúde mental.
Qual a responsabilidade dos pais como modelos comportamentais?
Ser modelo comportamental implica responsabilidade contínua e consciente sobre as próprias ações, palavras e atitudes. Piangers destaca que pais devem “ser o herói que seu filho acredita que você é”, assumindo o protagonismo na criação de um ambiente familiar saudável e inspirador.
Esta responsabilidade não exige perfeição, mas sim autenticidade, esforço genuíno para melhorar continuamente e disposição para reparar erros quando necessário. Crianças se beneficiam mais de pais humanos e reais que se esforçam para crescer do que de figuras aparentemente perfeitas mas emocionalmente distantes ou inautênticas.
Fontes Oficiais
Marcos Piangers – Site Oficial: https://piangers.com/