O filho é a cura do pai segundo a perspectiva transformadora de Marcos Piangers, uma das maiores referências em paternidade do Brasil e autor do best-seller “O Papai é Pop” com mais de 1 milhão de cópias vendidas. O especialista em paternidade afetiva aborda um conceito profundo sobre como a chegada de uma criança oferece aos pais a oportunidade única de reaprenderem a viver, desde que estejam dispostos a olhar para seus próprios traumas e padrões comportamentais.
Marcos Piangers é jornalista, palestrante e considerado o maior produtor de conteúdo sobre paternidade do país, com mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais. Autor de “O Papai é Pop” e “O Poder do Eu Te Amo”, ele transformou sua experiência pessoal de ter crescido sem a figura paterna em uma missão de conscientização sobre paternidade responsável. Suas palestras já impactaram milhares de famílias e ele é palestrante cinco vezes do TEDx, a maior conferência de ideias do mundo.
Como os filhos podem curar traumas emocionais dos pais?
A chegada de um filho representa uma oportunidade única de quebrar ciclos negativos familiares que podem ter se perpetuado por gerações. Segundo estudos em psicologia do desenvolvimento, quando os pais se permitem olhar para seus traumas com honestidade e vulnerabilidade, a criança naturalmente os convida para uma nova forma de viver. O processo acontece através da espontaneidade infantil que desafia padrões rígidos de comportamento adulto.
As crianças possuem uma capacidade natural de reensinar os pais sobre aspectos fundamentais da vida que muitas vezes foram perdidos devido a traumas ou condicionamentos sociais. Através de convites simples como “vamos brincar”, “vamos rir mais” ou “vamos nos jogar na piscina de roupa”, os filhos oferecem permissão para que os adultos reconectem-se com sua própria criança interior e experimentem alegria genuína sem julgamentos ou limitações autoimposta.
Por que Marcos Piangers alerta sobre não colocar peso nas crianças?
A ressalva importante feita por Marcos Piangers sobre “não colocar esse peso numa criança” reflete compreensão profunda sobre desenvolvimento infantil saudável. Embora os filhos tenham potencial terapêutico natural para seus pais, é fundamental que os adultos assumam responsabilidade por seu próprio processo de cura emocional. As crianças não devem carregar a obrigação consciente de “curar” seus pais ou sentir-se responsáveis pelo bem-estar emocional dos adultos.
A distinção é crucial para manter limites saudáveis na dinâmica familiar. O processo de cura acontece de forma orgânica quando os pais se mostram receptivos aos ensinamentos naturais que emergem da convivência com os filhos, mas sempre mantendo clareza sobre quem é o adulto responsável pelo próprio crescimento emocional. Isso protege as crianças de assumirem papéis parentais prematuros e preserva sua infância natural.
Quais sinais indicam que um pai precisa trabalhar seus traumas?
Marcos Piangers sugere que os pais observem suas reações automáticas diante dos convites dos filhos para conexão e diversão. Quando surge resistência interna para brincar, demonstrar afeto ou estar presente emocionalmente, isso pode indicar presença de traumas não resolvidos. A tendência de “responder como uma cobra violenta” diante de demandas afetivas dos filhos revela padrões defensivos que merecem atenção.
Os principais indicadores que sugerem necessidade de autoconhecimento paterno incluem:
- Dificuldade para relaxar e brincar: Resistência a atividades lúdicas ou sensação de “perda de tempo”
- Padrões de comunicação agressiva: Tendência a gritar ou reagir com irritação excessiva
- Ausência física ou emocional: Priorizar trabalho em detrimento da convivência familiar
- Dificuldade para demonstrar afeto: Evitar contato físico, elogios ou expressões de amor
- Rigidez comportamental: Inflexibilidade diante de mudanças ou imprevistos familiares
- Repetição de padrões familiares negativos: Reproduzir automaticamente comportamentos dos próprios pais
Como a paternidade transforma a perspectiva de vida dos homens?

A experiência da paternidade oferece aos homens uma oportunidade única de reconexão com aspectos emocionais frequentemente suprimidos durante a formação masculina tradicional. Marcos Piangers destaca que muitos homens crescem acreditando que precisam ser “brutos o tempo todo” e que demonstrar sensibilidade é sinal de fraqueza. A chegada dos filhos desafia essas crenças limitantes de forma natural e amorosa.
O processo de transformação paternal acontece gradualmente através de pequenos momentos cotidianos. Quando uma criança pede para o pai brincar, ela está oferecendo permissão para que ele acesse sua própria capacidade de alegria e espontaneidade. Quando solicita mais abraços e demonstrações de carinho, está ensinando sobre a importância do afeto nas relações humanas. Esses convites infantis funcionam como lembretes gentis sobre prioridades verdadeiramente importantes na vida.
Qual o papel da mãe no processo de cura familiar?
Embora Marcos Piangers tenha focado na dinâmica entre pai e filho, é importante reconhecer que o processo de cura familiar frequentemente envolve toda a estrutura familiar. A mãe pode desempenhar papel facilitador quando apoia o processo de autoconhecimento do parceiro e cria ambiente seguro para que vulnerabilidades sejam expressas. “Dar mais beijo na mamãe” mencionado pelo especialista indica que o fortalecimento do casal também beneficia o desenvolvimento emocional das crianças.
Estudos em psicologia familiar demonstram que crianças se desenvolvem melhor em ambientes onde os pais mantêm relacionamento amoroso e respeitoso entre si. Quando os adultos trabalham suas questões emocionais em conjunto, isso cria modelagem positiva para os filhos sobre como lidar com conflitos, expressar emoções e manter relacionamentos saudáveis ao longo da vida.
Como colocar em prática os ensinamentos sobre paternidade consciente?
A implementação prática dos conceitos apresentados por Marcos Piangers começa com disposição genuína para autoavaliação honesta. Pais interessados em crescimento emocional podem iniciar observando suas reações automáticas diante das solicitações dos filhos e questionando de onde surgem resistências ou irritações. O objetivo é desenvolver capacidade de responder conscientemente em vez de reagir impulsivamente baseado em traumas passados.
As principais ações práticas para paternidade consciente incluem:
- Aceitar convites para brincadeiras: Dizer “sim” mais vezes quando os filhos propõem atividades lúdicas
- Reduzir tempo excessivo de trabalho: Estabelecer limites claros entre vida profissional e familiar
- Praticar comunicação não-violenta: Substituir gritos por conversas calmas e respeitosas
- Buscar momentos de conexão: Criar rituais familiares como contar histórias ou passear juntos
- Demonstrar afeto físico: Abraçar, beijar e tocar os filhos com frequência e naturalidade
- Estar presente emocionalmente: Escutar ativamente e validar sentimentos das crianças
Quando buscar ajuda profissional para questões de paternidade?
Embora os filhos possam catalisar processos de cura emocional, traumas mais profundos frequentemente requerem acompanhamento psicológico profissional para serem adequadamente processados. Marcos Piangers encoraja pais a buscarem terapia quando percebem dificuldades persistentes para se conectarem emocionalmente com os filhos ou quando padrões destrutivos se repetem apesar dos esforços conscientes para mudança.
A busca por ajuda profissional demonstra maturidade e responsabilidade parental, não fraqueza. Terapeutas especializados em questões familiares podem oferecer ferramentas específicas para processamento de traumas, desenvolvimento de habilidades parentais e fortalecimento de vínculos afetivos saudáveis. O investimento em saúde mental dos pais invariavelmente beneficia toda a família, criando ambiente mais seguro e nutritivo para o desenvolvimento infantil.
Fontes oficiais consultadas
As informações deste artigo foram validadas através de fontes confiáveis especializadas em paternidade e psicologia familiar:
- Marcos Piangers: Site oficial e conteúdos sobre paternidade consciente
- SciELO Brasil: Estudos científicos sobre ausência paterna e desenvolvimento infantil
- Instituto de Psicologia da USP: Pesquisas sobre importância da figura paterna