A rejeição de filhos pelos pais é um tema delicado e carregado de emoção. O padre, escritor e cantor Fábio de Melo, conhecido por sua atuação espiritual e reflexiva, abordou o assunto em uma de suas falas mais impactantes. Com 26 milhões de seguidores no Instagram (@pefabiomelo), ele chama a atenção para os danos profundos que a rejeição parental pode causar na vida de uma pessoa. Segundo ele, “não sei se tem uma rejeição que nos dói mais do que a dos nossos progenitores”.
Apesar de não ser profissional da saúde, Fábio de Melo toca em um ponto frequentemente debatido por especialistas em psicologia: o impacto da rejeição na formação emocional de um indivíduo. Diversos estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde reforçam a importância do vínculo afetivo na infância como pilar da saúde mental na vida adulta.

Por que a rejeição de um filho pelos pais pode ser tão prejudicial?
Segundo Fábio de Melo, rejeitar um filho por qualquer motivo é um ato de extrema crueldade, pois “pode prejudicar uma pessoa para o resto da vida”. Ele ressalta que mesmo quando não se concorda com o estilo de vida ou as escolhas de um filho, o amor não deve ser condicionado. A rejeição parental compromete não apenas o relacionamento familiar, mas também a autoestima e a percepção de valor do indivíduo.
Estudos em psicologia do desenvolvimento demonstram que crianças rejeitadas por pais ou cuidadores têm maior propensão a desenvolver transtornos como depressão, ansiedade e comportamentos autodestrutivos. De acordo com a OMS, a presença de um ambiente acolhedor é essencial para o desenvolvimento emocional saudável e previne diversos transtornos mentais na vida adulta.
O que dizem os especialistas sobre preferência entre filhos?
A preferência entre filhos é mais comum do que se imagina, embora poucos pais admitam. Psicólogos alertam que atitudes aparentemente inofensivas como elogiar mais um filho, dar mais atenção ou defender sempre o mesmo podem ser percebidas como rejeição pelos demais. Para a criança, o sentimento de exclusão pode gerar insegurança, ciúmes e baixa autoestima.
O Ministério da Saúde orienta que todos os filhos sejam tratados com equidade emocional, promovendo um ambiente familiar mais justo e acolhedor. Reconhecer as diferenças individuais sem privilegiar ou desfavorecer é fundamental para o bem-estar das crianças e adolescentes. A rejeição, mesmo que não intencional, deixa marcas profundas.
Por que o amor não deve ser condicionado ao merecimento?
Fábio de Melo reforça que “amor, quando é verdadeiro, não passa pela meritocracia”. Ou seja, não é preciso “merecer” para ser amado. Essa visão contraria muitas práticas familiares em que o carinho e a atenção são dados apenas quando a criança obedece ou atinge expectativas. Esse tipo de amor condicionado pode ser interpretado pela criança como rejeição, minando sua segurança afetiva.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o afeto incondicional é essencial para o desenvolvimento social e emocional da criança. Quando os pais só oferecem carinho mediante desempenho ou comportamento, estão, na prática, ensinando que o amor é uma recompensa, e não um direito afetivo.
Existe alguma forma de reparar a rejeição sofrida na infância?
Fábio de Melo destaca que, ao crescer, o filho tem o direito de estabelecer distâncias saudáveis, mesmo com os pais, quando houve sofrimento. “É honesto reconhecer que não me dou bem com minha mãe, mas mantenho respeito e estabeleço limites”, afirma. Essa fala reforça a importância de reconhecer os danos sofridos e proteger a própria saúde emocional.
Especialistas em psicologia recomendam a psicoterapia como um caminho eficaz para lidar com traumas de rejeição parental. A consciência sobre o que foi vivido, aliada ao acolhimento profissional, ajuda a ressignificar experiências e reconstruir a autoestima. Não se trata de esquecer ou apagar o passado, mas de aprender a conviver com ele de forma mais saudável.
Quem é Fábio de Melo e por que suas falas causam tanta repercussão?
Fábio de Melo é um padre católico brasileiro com atuação marcante nas redes sociais, TV e na música. Além de sacerdote, é escritor, cantor e apresentador. Suas mensagens alcançam milhões de pessoas por sua linguagem sensível e acessível. Embora não seja terapeuta, muitos de seus temas abordam questões emocionais e existenciais, gerando identificação e reflexão.
Seu programa “Direção Espiritual” e suas publicações são reconhecidos por promoverem reflexões sobre temas profundos de forma simples. Ao falar sobre rejeição parental, Fábio de Melo traduz em palavras o sentimento de milhares de pessoas que carregam dores antigas e silenciosas.
O que pais e filhos podem aprender com essa reflexão?
A fala de Fábio de Melo não é uma condenação, mas um convite à consciência. Reconhecer que o amor não deve depender de aprovação ou merecimento é essencial para relações familiares mais saudáveis. Mesmo quando há conflitos ou decepções, o vínculo do amor deve prevalecer sobre as discordâncias.
Para filhos que sofreram rejeição, a reflexão é igualmente importante. Reconhecer a dor, buscar ajuda e estabelecer limites pode ser um caminho de cura. Nenhuma história familiar precisa ser definitiva. Com empatia, escuta e apoio, é possível reconstruir relações ou, ao menos, resgatar a própria paz interior.
Fontes confiáveis:
A seguir, algumas referências oficiais que embasam os dados apresentados neste artigo:
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int
- Ministério da Saúde – Brasil: https://www.gov.br/saude/
- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/
Essas instituições oferecem informações sólidas sobre o desenvolvimento infantil, saúde emocional e os efeitos de ambientes familiares hostis. Buscar apoio em fontes seguras é essencial para compreender e lidar com temas tão sensíveis quanto a rejeição parental.