Ao contrário do que divulgou a imprensa na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que não há nenhum ajuste com o governo para alterar as metas de inflação de 2024 e 2025. A declaração foi dada na noite de segunda-feira 13, no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Além de ter negado concordar com a redução da meta, Campos Neto voltou a criticar a proposta. “Se mudar a meta, vai ter o efeito contrário. O mercado vai pedir um prêmio de risco maior ainda. O que vai acontecer é o efeito contrário. Em vez de ganhar flexibilidade, vai acabar perdendo flexibilidade. Não existe ganho de credibilidade aumentando a meta”, declarou.
A meta da inflação para 2023 está em 3,25%; para 2024 e 2025, em 3%. A meta é considerada cumprida se extrapolar até 1 ponto porcentual. Em 2022, a inflação fechou em 5,79%, acima da meta de 3,25%.-Publicidade-blob:https://terrabrasilnoticias.com/2a70af04-2084-43b6-8af9-f4b58d47d948
Campos Neto passou a ser atacado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por seus aliados próximos não apenas pela meta da inflação, mas pelos juros altos — a Selic está em 13,75%. É regulando os juros que o Comitê de Política Monetária (Copom), encabeçado pelo presidente do Banco Central, controla a inflação.
Na entrevista, Campos Neto disse concordar que os juros estão altos e que é legítimo o debate. “Esse debate dos juros é importante. Eu vou explicar quantas vezes for necessário. Os juros são altos, e essa é uma questão legítima para a sociedade.”
Revista Oeste