A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, em 2025, a suspensão e o recolhimento de lotes de dois produtos alimentícios após análises laboratoriais apontarem irregularidades. As medidas afetam o suplemento proteico para atletas 100% Full Whey, da marca Fullife Nutrition, e a canela-da-china em pó, da marca Kinino. As decisões foram tomadas com base em laudos que identificaram a presença de substâncias não declaradas e problemas na rotulagem, além de inconformidades com as normas sanitárias vigentes.
O suplemento 100% Full Whey, fabricado pela SFS Alimentos Ltda., teve o lote 2408J5 suspenso após exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed/Lacen-MG) detectarem glúten, incluindo trigo, centeio e cevada, em sua composição. O rótulo do produto, no entanto, não informava a presença desses ingredientes, o que representa risco para pessoas com restrições alimentares. Além disso, foram identificadas alegações não permitidas na embalagem, o que pode induzir o consumidor ao erro.

Por que a Anvisa determinou o recolhimento do suplemento proteico 100% Full Whey?
A principal razão para a suspensão do lote do suplemento proteico está relacionada à presença de glúten, substância que pode causar reações adversas em pessoas com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten. O fato de o rótulo não mencionar a existência de trigo, centeio e cevada caracteriza uma infração sanitária, pois omite informações essenciais para a segurança do consumidor. A legislação brasileira exige que todos os ingredientes sejam claramente informados na embalagem, especialmente aqueles que podem provocar alergias ou intolerâncias.
Outro ponto relevante é a identificação de alegações não autorizadas na rotulagem do suplemento. Segundo as normas da Anvisa, apenas informações comprovadas e permitidas podem ser utilizadas para divulgar produtos alimentícios. O uso de alegações enganosas pode levar o consumidor a acreditar em benefícios inexistentes ou subestimar riscos potenciais, comprometendo a escolha consciente do produto.
Quais foram as irregularidades encontradas na canela-da-china em pó da marca Kinino?
No caso da canela-da-china em pó, lote 371LAG2419, fabricada pela H. L. do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda., a análise revelou a presença de amido, ingrediente que não faz parte da composição natural da canela. A inclusão desse componente não informado pode alterar as propriedades do produto e enganar o consumidor quanto à sua pureza e qualidade.
Além disso, o produto apresentou resultados insatisfatórios em avaliações histológicas e na pesquisa de matérias estranhas, tanto em nível macroscópico quanto microscópico. Esses achados indicam que o lote não atende aos padrões exigidos pela legislação sanitária, colocando em dúvida a segurança e a autenticidade do alimento comercializado.
Como os consumidores podem se proteger de produtos irregulares?
Para evitar riscos à saúde, é importante que os consumidores estejam atentos a alguns cuidados ao adquirir suplementos alimentares e temperos. Entre as principais recomendações estão:
- Verificar a procedência: Prefira produtos de marcas reconhecidas e que sigam as normas da Anvisa.
- Ler atentamente o rótulo: Analise a lista de ingredientes e informações nutricionais, especialmente se houver restrições alimentares.
- Observar a integridade da embalagem: Embalagens violadas ou com informações rasuradas podem indicar adulteração.
- Consultar comunicados oficiais: Acompanhe atualizações da Anvisa sobre produtos recolhidos ou suspensos.
Em situações de dúvida ou suspeita sobre a qualidade de um alimento, recomenda-se entrar em contato com os órgãos de vigilância sanitária locais. A devolução do produto ao estabelecimento e a comunicação do ocorrido também são medidas importantes para evitar o consumo de itens potencialmente prejudiciais.
O recolhimento dos lotes do suplemento proteico e da canela-da-china em pó reforça a importância da fiscalização sanitária e do cumprimento das normas para garantir a segurança dos alimentos disponíveis no mercado brasileiro. A atuação da Anvisa busca proteger a saúde da população, promovendo transparência e confiabilidade nas informações fornecidas aos consumidores.