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A Americanas apresentou na 6ª feira (10.fev.2023) a lista atualizada de credores do grupo e suas subsidiárias. Ao todo, são 9.713 pessoas ou empresas a quem a varejista deve dinheiro. A dívida acumulada, segundo o documento, fecha em R$ 42,5 bilhões.
O comunicado com a nova relação foi apresentado pela companhia em um fato relevante ao mercado (íntegra – 112 KB). A lista com os nomes foi enviada à 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, a quem a empresa pediu recuperação judicial.
Em 19 de janeiro, a lista tinha 7.967 nomes. Houve um aumento de 1.746 credores na versão atual.
Em termos jurídicos, credores são divididos em 5 categorias:
- classe 1 – créditos trabalhistas;
- classe 2 – créditos com garantia real;
- classe 3 – créditos quirografários;
- classe 4 – créditos quirografários de microempresas e empresas de pequeno porte;
- extraconcursais – adquiridos durante uma recuperação judicial.
Na lista apresentada pela Americanas, constam 678 credores classe 1, com dívida acumulada de R$ 119 milhões. Na versão anterior, o valor apresentado para o segmento foi de R$ 64,84 milhões.
somam . Há também a “Classe 4”, A maior parte são da classe 3, com 8.134 nomes. O segmento também concentra o maior número em débitos: R$ 42,3 bilhões. Na lista anterior o número apresentado era menor: R$ 41,06 bilhões.
Já da classe 4, são R$ 72,8 milhões divididos entre 650 credores. Em relação à versão passada, o volume diminuiu: era de R$ 109,5 milhões.
Não houve representantes da classe 2. Eis a íntegra (10 MB) da relação de credores do Grupo Americanas.
ENTENDA
A Americanas divulgou comunicado ao mercado em 11 de janeiro informando inconsistências em lançamentos contábeis de cerca de R$ 20 bilhões. O executivo Sergio Rial pediu demissão do cargo de CEO da companhia, assim como André Covre, diretor de Relações com Investidores.
O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) concedeu a Americanas uma medida de tutela cautelar depois de a companhia declarar o montante de R$ 40 bilhões em dívidas. A decisão estabeleceu um prazo de 30 dias para que um pedido de recuperação judicial fosse apresentado.
Em 19 de janeiro, a Justiça aprovou a recuperação judicial da Americanas.
Apesar de ter recuperado parte do valor de mercado perdido em 12 de janeiro, logo que o caso veio à tona, a Americanas acumula desvalorização de R$ 7,98 bilhões.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A recuperação judicial da Americanas é a 4ª maior do Brasil. A Odebrecht lidera como a companhia com mais dinheiro envolvido em um procedimento dessa natureza, com R$ 80 bilhões em dívidas.
O 2º lugar fica com a Oi (R$ 65 bi) e o 3º, com a Samarco (R$ 55 bi). Os dados foram levantados pela Lara Martins Advogados e Mingrone e Brandariz.
Créditos: Poder360.