Foto: Cristyan Costa/Revista Oeste.
Um dia depois de a Justiça decretar a falência da Livraria Cultura, algumas editoras começaram a recolher os livros na sede da empresa que fica no Conjunto Nacional, na avenida Paulista, em São Paulo. Conforme reportagem da Folha de S.Paulo, o receio das editoras é que, se as lojas forem lacradas, elas tenham dificuldades em reaver seus estoques.
Com isso, na sexta-feira 10, o cenário na principal unidade da Cultura era de várias prateleiras vazias e caixas de livros espalhadas pelo local. Apesar do cenário, os vendedores da loja afirmaram que os livros que estavam nas estantes continuavam disponíveis para compra, sem data definida para encerramento.
Atualmente, além da loja do Conjunto Nacional, a Cultura tem apenas mais uma unidade, em Porto Alegre.
O anúncio da falência aconteceu na quinta-feira 9, e foi decretada pelo juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
Na sentença, o magistrado afirmou que, apesar de reconhecer a importância da Livraria Cultura, o grupo não conseguiu superar sua crise econômica. Segundo o juiz, o plano de recuperação judicial vinha sendo descumprido e a prestação de informações no processo vinha sendo feita de modo incompleto.
O que diz a Livraria Cultura
O CEO da Livraria Cultura, Sérgio Herz, afirmou que a empresa vai recorrer da decisão da Justiça. “Foi tudo uma surpresa”, disse. “Eu confio totalmente na recuperação judicial da empresa. Estamos crescendo”, continuou.
De acordo com o CEO, comparado a janeiro do ano passado, a loja do Conjunto Nacional cresceu 60%, e a de Porto Alegre, 15%. “É um resultado bom”, resumiu Herz.
Recuperação judicial
O pedido de recuperação judicial foi apresentado em 2018, depois de uma crise que se estendia. Na ocasião, a Livraria Cultura declarou ter R$ 285,4 milhões em dívidas.
Com a decretação da falência, a administradora judicial fica em tese liberada para lacrar as lojas da empresa. Depois, os ativos da empresa são inventariados e, em seguida, leiloados para pagar os credores. Se a companhia recorrer, a Justiça pode suspender esse processo.
Créditos: Revista Oeste.