As esperanças de encontrar muito mais sobreviventes estão diminuindo, em meio ao frio congelante quatro dias após a tragédia
Um bebê recém-nascido e sua mãe foram resgatados dos escombros na Turquia, cerca de 90 horas após o primeiro dos terremotos devastadores de segunda-feira (6/2).
O menino de apenas 10 dias, chamado Yagiz, foi resgatado de um edifício em ruínas na província de Hatay, no sul do país.
Imagens mostraram a criança sendo cuidadosamente retirada durante a noite — uma cena descrita pela mídia local como “milagrosa”.
As esperanças de encontrar muito mais sobreviventes estão diminuindo, em meio ao frio congelante quatro dias após a tragédia.
No entanto, os esforços de busca e resgate continuam na Turquia e na vizinha Síria — que também foi atingida pelos terremotos.
O recém-nascido Yagiz foi fotografado enrolado em um cobertor térmico e sendo levado a uma ambulância para receber tratamento.
Sua mãe foi retirada em uma maca. Não houve mais notícias sobre a saúde de ambos.
O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu — cujas equipes estariam envolvidas na operação de salvamento — tuitou sobre o resgate, dizendo que ele aconteceu na cidade de Samandag.
Imagens obtidas pela agência de notícias Reuters também mostraram um homem sendo resgatado dos destroços, embora não se saiba se ele tinha alguma ligação com a mãe e o recém-nascido.
Mais de 21 mil pessoas morreram — a maioria delas na Turquia — após o tremor inicial de 7,8 graus na manhã de segunda-feira e as centenas de tremores secundários que se seguiram.
Também há temores de uma catástrofe secundária, já que muitas pessoas ficaram desabrigadas e estão agora sem acesso a água, combustível e eletricidade.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan descreveu a tragédia como o “desastre do século”.
Opositores acusaram Erdogan de não se preparar para o terremoto e questionaram como foram gastas as estimadas 88 bilhões de liras (R$ 25 bilhões) arrecadadas via um “imposto sobre o terremoto”.
A taxa — imposta pela primeira vez após um grande terremoto em 1999 que matou mais de 17 mil pessoas — deveria ter sido gasta na prevenção de desastres e no desenvolvimento de serviços de emergência.
Kemal Kilicdaroglu, líder do principal partido de oposição da Turquia, disse na quarta-feira (8/2) que o governo de Erdogan “não se preparou para um terremoto por 20 anos”.
Apesar da devastação, histórias de fugas notáveis ou resgates heroicos surgiram nos últimos dias.
Milhares de pessoas se ofereceram para adotar uma menina que nasceu sob um prédio que desabou no noroeste da Síria.
Quando foi resgatada, a bebê Aya — que significa “milagre” em árabe — ainda estava ligada pelo cordão umbilical à mãe, que morreu junto com outros familiares.