Ação protocolada na corte mostra ausência de imparcialidade por parte da Justiça Militar; ministros podem votar até o dia 17
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou julgamento para decidir se militares que cometem crimes contra civis durante operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou em outras ações de segurança pública devem ser julgados pela Justiça Militar ou pela comum. O caso está em análise no plenário virtual da corte.
A discussão teve início após ação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que considerou inconstitucional o julgamento destes casos por parte da Justiça Militar. A crítica é de que a Justiça Militar teria posição branda, deixando de punir militares envolvidos nestes crimes e atuando de maneira rigorosa quando se trata de crimes de civis contra militares.
Os ministros podem votar até o dia 17 deste mês. O julgamento avalia de quem deve ser a competência para julgar os militares quando em atividades esses profissionais matam, agridem ou torturam civis.
Na primeira instância, o julgamento ocorre com a presença de um civil e quatro militares, que formam um Conselho de Justiça. Já na segunda, no Superior Tribunal Militar (STM), são 10 juízes militares e cinco civis. A ação alega que o envolvimento de juízes militares, inclusive alguns sem formação jurídica, violam a imparcialidade para analisar os casos que chegam até os tribunais.
Até agora, votaram a favor da Justiça Militar os ministros Marco Aurélio Mello (aposentado), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Apenas o ministro Edson Fachin foi contra. Mas após os ataques de 8 de janeiro contra o Supremo, Palácio do Planalto e Congresso Nacional, existe a expectativa de que ministros possam alterar o voto.