Atual presidente Marcos Troyjo foi indicado pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes em abril de 2020
Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve indicar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (NBD). A instituição é conhecida como Banco do Brics, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A indicação de Dilma ao cargo consolida um processo de reabilitação da ex-presidente, que deixou o cargo em 2016 com baixa popularidade. Durante toda campanha eleitoral e também no início do terceiro mandato, Lula tem enfatizado a versão petista que o impeachment sofrido por Dilma foi um golpe.
A ex-presidente era reprovada por 65% da população pouco antes de deixar o governo em 2016 por causa do impeachment. Em 2018, ao disputar uma vaga no Senado em Minas, amargou um quarto lugar.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem tratado com o atual presidente do Banco dos Brics, Marcos Troyjo, sobre a substituição. Lula buscava um cargo para Dilma fora do país, mas que não a colocasse como funcionária do governo no exterior.
Coube ao ex-chanceler e atual assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, verificar posições em organismos internacionais para a ex-presidente. De acordo com integrantes do governo, o nome de Dilma já conta com o apoio dos demais integrantes do bloco. Lula trabalha para ter a indicação de Dilma finalizada no banco até o final de fevereiro.
Desde a campanha, a ex-presidente não foi escondida no palanque eleitoral de Lula. Foi levada pelo presidente em comícios em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre e foi à apresentação da chapa Lula-Alckmin, em maio do ano passado.
Ao retornar ao Palácio do Planalto para a posse de Lula, Dilma foi celebrada por aliados. Também comparecer foi saudada nos discursos das posses ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom) e Jorge Messias (Advogacia-Geral da União), na primeira semana do novo governo. Quando seu nome era anunciado, era ovacionada pela plateia. Na última segunda-feira, esteve no palco durante de a posse de Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.
o Globo