O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A declaração foi feita em entrevista a sites lulistas na tarde desta terça-feira (07), no Palácio do Planalto.
De acordo com o petista, o Brasil vai ter dificuldades de crescer com a atual taxa básica de juros, mantida em 13,75% pelo Copom, do BC.
Segundo Lula, a taxa básica de juros da economia, a Selic, poderia ter sido baixada.
O petista afirmou que entende que isso ajudaria na geração de empregos e no crescimento econômico, já que juros altos elevam o preço do crédito.
Já o BC argumenta que manter a taxa no atual patamar é necessário para evitar uma disparada da inflação.
“Não é possível que a gente queira que este país volta a crescer com taxa de 13,75%. Nós não temos inflação de demanda. É só isso. É isso que eu acho que esse cidadão [Campos Neto], indicado pelo Senado, tenha possibilidade de maturar, de pensar e de saber como vai cuidar deste país. Ele tem muita responsabilidade”, afirmou o petista na conversa com as mídias de esquerda.
O petista afirmou também na entrevista que não conhece bem Campos Neto e que presume que o presidente do BC esteja agindo com “boa vontade”.
Mas Lula insistiu, na conversa, que o crescimento econômico do país depende de taxas de juros mais baixas.
“Como eu não o conheço, estive uma única vez com ele, parto do pressuposto que as pessoas estão com boa fé, com boa vontade, que quer acertar, que quer que a economia volte a crescer. Para isso, os juros devem ser acessíveis por parte dos investidores brasileiros”, disse.
Em ata divulgada nesta manhã, o Copom do BC disse que aguarda um pacote fiscal do Ministério da Fazenda para avaliar queda na taxa de juros.
Para o Copom, isso sinalizaria um controle das contas públicas e menor risco de disparada na inflação.
Gazeta Brasil