Em entrevista à revista Veja, publicada na quinta-feira 2, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro o havia coagido para tentar dar um golpe de Estado. Na ocasião, Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) pediram para que o parlamentar gravasse uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em que o magistrado assumiria que, em algum dos seus processos, teria “ultrapassado as linhas da Constituição”.
Quem propôs o encontro com Moraes?
Ainda ontem, contudo, o senador recuou e disse que apenas Silveira pediu para ele executar o plano, e não o ex-presidente. No entanto, em seu relato, Do Val afirmou que, quando o ex-deputado foi encontrá-lo no plenário do Senado, Silveira ligou para Bolsonaro. Então, o presidente pediu diretamente para o senador ir encontrar-se com os dois.
Onde aconteceu o encontro?
Em entrevista a Veja, Do Val disse que o encontro aconteceu no Palácio da Alvorada. Mas, ele recuou novamente, explicando que nunca esteve em nenhuma das residências oficiais, portanto não sabia para onde estava indo. Ele é senador da República há quatro anos. “Só lembro do ‘torto’. Granja do Torto”, disse ele, ao mencionar que, na verdade, a reunião aconteceu na Granja do Torto, residência oficial mantida pela Presidência da República. No período em que Do Val afirmou que aconteceu o encontro, em 7 de dezembro, quem morava no local era o então ministro da Economia, Paulo Guedes. O senador, entretanto, disse que não viu Guedes no local.
Quem falou com o GSI?
Segundo o relato de Do Val a Veja, “Bolsonaro disse que já tinha acertado com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela segurança do presidente e que ele tinha a Abin sob seu organograma, que daria o suporte técnico à operação, fornecendo os equipamentos de espionagem necessários”.
Em entrevista à GloboNews, a versão do senador mudou novamente. “No meu entendimento, o GSI iria fazer com que o ato se tornasse legal, pois, como o Daniel me disse que a questão da ilegalidade iria ser resolvida, eu entendi que era o GSI”, disse Do Val.
Revista Oeste