É espantoso como parte da imprensa trata a eleição do presidente do Senado. Um órgão oficial do PT não seria mais ardoroso na defesa da candidatura de Rodrigo Pacheco à reeleição, apoiada por Lula e pelos partidos que integram a sua base.
Rogério Marinho, candidato de Jair Bolsonaro e dos partidos e senadores independentes que estão no campo antipetista, é escorraçado. Jornalistas afirmam que, uma vez presidente do Senado, ele criará um “enclave bolsonarista” no centro do poder.
É razoável da parte de gente tão democrática tratar parlamentares de oposição a Lula como “enclave” no Senado, no caso de Rogério Marinho sair vitorioso hoje?
Sinto dizer, senhores, mas não é porque uma horda de manifestantes praticou atos em 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, que os representantes do bolsonarismo no Congresso foram deslegitimados. Foram eleitos nas urnas. Não são “enclave”. São representantes do povo, assim como os seus antípodas petistas.
Mário Sabino – Metropoles