O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil é um tema que desperta interesse e preocupação, especialmente quando se considera a diversidade de fatores que influenciam esse hábito. Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Datafolha trouxe à tona dados reveladores sobre os padrões de consumo de álcool entre os brasileiros, destacando variações por classe social, idade e motivos para a abstinência.
De acordo com o levantamento, a saúde é a principal razão pela qual 34% dos brasileiros que não consomem álcool optam por essa escolha. Outros fatores, como o gosto pessoal e motivos religiosos, também desempenham um papel significativo. Este artigo explora as nuances do consumo de álcool no Brasil, com base nos dados mais recentes.
O que a pesquisa descobriu?
Entre os brasileiros que optam por não consumir bebidas alcoólicas, a saúde é o motivo mais citado, com 34% dos abstêmios mencionando preocupações com os efeitos nocivos do álcool. Além disso, 21% afirmam não gostar do sabor das bebidas alcoólicas, enquanto 13% mencionam motivos religiosos como a principal razão para a abstinência.
Outros fatores incluem o histórico familiar de dependência, que influencia 8% dos entrevistados a evitar o álcool, e o medo ou rejeição ao comportamento de pessoas alcoolizadas, mencionado por 7%. Apenas 3% dos abstêmios relatam simplesmente não ter interesse em beber.

O que influencia no consumo de álcool?
A pesquisa revelou que 20% dos brasileiros consomem álcool uma ou duas vezes por semana. Além disso, 13% bebem pelo menos uma vez ao mês, enquanto 10% o fazem a cada 15 dias. Durante a semana anterior à pesquisa, 36% dos entrevistados não haviam consumido álcool, enquanto 19% relataram ter bebido até duas doses, e 16% consumiram de três a cinco doses.
Entre aqueles que bebem, 81% consideram seu consumo “adequado”, enquanto 11% admitem beber “mais do que deveriam” e 7% “muito mais do que deveriam”. A pesquisa definiu uma dose como um copo, lata, taça ou drinque de bebida alcoólica.
O levantamento do Datafolha indica que o consumo de álcool está diretamente relacionado à renda. Entre os brasileiros que ganham de cinco a dez salários mínimos, 64% consomem bebidas alcoólicas. Já entre aqueles que recebem mais de dez salários mínimos, a proporção é de 59%. Em contraste, entre os que ganham até dois salários mínimos, 57% não consomem álcool.
O que a pesquisa diz sobre os jovens?
O consumo de álcool é mais prevalente entre os jovens de 18 a 34 anos, com 58% desse grupo relatando o hábito de beber. Em contrapartida, a menor prevalência de consumo é observada entre pessoas com 60 anos ou mais, onde apenas 35% afirmam consumir bebidas alcoólicas.
Além disso, a pesquisa destacou dados sobre adolescentes de 16 e 17 anos, um grupo que, por lei, não deveria ter acesso a bebidas alcoólicas. No entanto, 27% dos adolescentes nessa faixa etária relataram consumir álcool, o que levanta preocupações sobre a eficácia das políticas de restrição de venda de bebidas alcoólicas para menores.