O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito dos trabalhadores brasileiros, criado com o objetivo de proteger o empregado demitido sem justa causa. O fundo é formado por depósitos mensais realizados pelos empregadores em contas abertas na Caixa Econômica Federal em nome dos empregados. Este mecanismo atua como uma espécie de poupança forçada, garantindo uma segurança financeira em momentos de necessidade.
Além de servir como uma reserva financeira para o trabalhador, o FGTS também é utilizado para fomentar investimentos em áreas de interesse social, como habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana. Dessa forma, o fundo desempenha um papel duplo, beneficiando tanto o trabalhador individualmente quanto a sociedade como um todo.
Como é formado o FGTS?

O FGTS é constituído por depósitos mensais equivalentes a 8% do salário bruto do trabalhador, realizados pelo empregador. No caso de contratos de aprendizagem, o percentual é reduzido para 2%. Esses valores são depositados em contas individuais, abertas automaticamente na Caixa Econômica Federal, e pertencem ao trabalhador.
Os depósitos são corrigidos mensalmente, com uma taxa de 3% ao ano, acrescida da Taxa Referencial (TR). Essa correção visa preservar o poder de compra dos valores depositados, garantindo que o trabalhador não perca dinheiro ao longo do tempo devido à inflação.
Em quais situações o FGTS pode ser sacado?
O saque do FGTS é permitido em diversas situações, sendo a mais comum a demissão sem justa causa. Além disso, o trabalhador pode retirar o fundo em casos de aposentadoria, aquisição da casa própria, falecimento, doenças graves, entre outros. Em situações de calamidade pública, como enchentes ou desastres naturais, o governo também pode autorizar saques emergenciais.
Outro cenário que permite o saque é a rescisão por acordo entre empregado e empregador, onde o trabalhador pode retirar 80% do saldo disponível. Cada uma dessas situações possui regras específicas que devem ser observadas para garantir o direito ao saque.
Como funciona o saque-aniversário do FGTS?
O saque-aniversário é uma modalidade que permite ao trabalhador retirar anualmente uma parte do saldo do FGTS no mês de seu aniversário. Ao optar por essa modalidade, o trabalhador abre mão do saque total em caso de demissão sem justa causa, podendo sacar apenas a multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS.
Para aderir ao saque-aniversário, o trabalhador deve fazer a opção através do aplicativo do FGTS, site da Caixa ou nas agências. A quantia disponível para saque varia conforme o saldo total da conta, seguindo uma tabela progressiva que define percentuais e faixas de valor adicionais. Essa opção pode ser vantajosa para quem deseja ter acesso a uma quantia extra anualmente, mas é importante avaliar as implicações antes de decidir.
Quais são as vantagens e desvantagens do saque-aniversário?
O saque-aniversário oferece a vantagem de permitir ao trabalhador acesso a uma parte do saldo do FGTS anualmente, o que pode ser útil para quem precisa de liquidez imediata. Essa modalidade pode ser atrativa para aqueles que não têm intenção de utilizar o FGTS para compra de imóvel ou em situações de emergência.
No entanto, a principal desvantagem é a impossibilidade de sacar o saldo total em caso de demissão sem justa causa, o que pode ser um risco para quem depende dessa reserva em situações de desemprego. Assim, é crucial que o trabalhador avalie sua situação financeira e suas necessidades futuras antes de optar pelo saque-aniversário.
FAQ: Perguntas frequentes
- Como posso saber o saldo do meu FGTS? Você pode consultar o saldo do FGTS através do aplicativo do FGTS, no site da Caixa Econômica Federal ou diretamente nas agências.
- Quem tem direito ao FGTS? Todos os trabalhadores regidos pela CLT, trabalhadores rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros e atletas profissionais têm direito ao FGTS.
- O FGTS pode ser utilizado para pagar dívidas? Não diretamente. No entanto, em alguns casos, como na utilização para adquirir a casa própria, pode ajudar a aliviar o orçamento e, consequentemente, facilitar o pagamento de dívidas.