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O senador eleito e candidato a presidente da Casa Alta, Rogério Marinho (PL-RN), disse que, se for eleito em 1º de fevereiro, assinará a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os ataques do 8 de Janeiro.
Em evento neste sábado (28.jan.2023), em Brasília, em que foi oficializado o apoio de PP e Republicanos ao seu nome, ele criticou o atual governo que, segundo ele, antes era favorável às investigações e agora passou a ser contra. A informação é do Poder360.
“É evidente que houve falha na segurança. A senadora Soraya [Thronicke] está propondo uma CPI. Acho que é o instrumento adequado para averiguarmos quais foram as falhas por ação ou omissão de uma forma geral. Não se pode fazer investigação seletiva. Estamos vendo um governo que, em um 1º momento, estava favorável à CPI. Agora, o presidente Lula e o [senador] Randolfe [Rodrigues] dizem que não é necessário. Estamos prontos para assinar uma CPI ampla”, afirmou.
Marinho discursou por 15 minutos e depois conversou com jornalistas por mais 10 minutos. Em sua fala, ele e seus aliados rechaçaram a ideia de que a eleição para presidente do Senado seja uma espécie de 3º turno das eleições presidenciais. Mas fez diversas críticas ao atual governo, que associou a Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia Pacheco. “O governo está operando e vai operar. Não estamos reclamando, estamos falando o óbvio”, disse.
Marinho foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirmou que sua candidatura dará sequência às ações de Bolsonaro e do presidente anterior, Michel Temer (MDB). Na avaliação dele, essas políticas foram responsáveis pela redução do desemprego, observada em 2022. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego encerrou o ano passado em 8,1% –menor taxa em 7 anos.
“Isso se inicia em 2016, quando o ex-presidente Temer começa a erguer este país que havia sido colocado no fundo do poço, perdido a confiança daqueles que investem no país. Que estava ladeira abaixo, imerso em uma catástrofe, em uma hecatombe econômica. Um processo de aparcelamento da máquina pública e de desagregação social e econômica levando nosso povo ao desespero”, disse em referência velada à ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Marinho diz que Temer e Bolsonaro foram responsáveis pela modernização do Estado. Esse legado estaria em risco com o atual governo. Sua candidatura seria para manter mudanças como as reformas trabalhista e da Previdência, e os marcos legais do saneamento e das ferrovias.
“Muito desse legado está em risco. Nós precisamos fazer o contraponto. Precisamos moderar a avidez, os excessos que estamos assistindo daqueles que estão chegando ao poder e no afã de impor a sua agenda querem destruir o que foi feito de forma virtuosa”, disse.
Questionado se as falas elogiosas ao ex-presidente Temer fazem parte de uma tentativa de atrair o MDB à sua candidatura, ele respondeu que não, já que o partido está na base de apoio de Lula. “Mas senadores do MDB são bem-vindos”, emendou. O partido tem 10 senadores.
A fala de Marinho contrasta com os discursos de Lula, que tem chamado Temer de “golpista”. Em viagem ao Uruguai, o presidente disse que o impeachment de Dilma foi um “golpe”. Temer reagiu dizendo que foi, na verdade, um “golpe de sorte”. Dos 37 ministros de Lula, 7 apoiaram o impedimento da ex-presidente.
Créditos: Poder360.