Foto: Sergio Lima/Poder 360.
Relatório divulgado pelo interventor federal Ricardo Cappelli nesta sexta-feira (27) mostra que as forças de segurança do Distrito Federal sabiam da intensificação das convocações para atos em Brasília desde o dia 5 de janeiro.
Com o aumento de informações circulando sobre as manifestações, foi convocada uma reunião de trabalho às 10h da manhã do dia 6 de janeiro, na sala de gestão estratégica da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A Polícia Militar do DF, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Detran, DER, Polícia Legislativa da Câmara e do Senado, Polícia Judicial do STF, Ministério das Relações Exteriores e DF Legal para tratarem das ações integradas a serem adotadas.
“Circula divulgação sobre a realização de atos em Brasília entre os dias 6 e 8 de janeiro, com vinda de caravanas de outros estados, em oposição ao ao atual governo federal. Em desdobramento, a partir do dia 9 de janeiro estaria prevista uma ‘greve geral’. Entre as eventuais ações estariam invasão a orgãos públicos e bloqueios em refinarias e/ou distribuidora de combustíveis“, diz trecho do Anexo 11 do relatório.
O documento cita, ainda no dia 7, que o Coronel Henrique, do Serviço de Inteligência da SSPDF, foi até a Secretaria de Operações Integradas (Sopi) e entregou um envelope lacrado com informações sigilosas, mas não especifica que informações seriam essas.
Neste dia, foi registrado um tumulto na entrada do Setor Militar Urbano, com gritos de palavras de ordem pelos manifestantes que incitavam motoristas a furarem o bloqueio feito pelo Comando Militar do Planalto para proibir a entrada de veículos no local.
No início da noite anterior aos ataques ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, pequenos grupos tentaram ter acesso à Praça dos Três Poderes. A Polícia legislativa foi orientada a impedir o acesso dos radicais uma vez que “havia a possibilidade de acesso pelo espaço entre o estacionamento do Palácio do Planalto e o Anexo 2 do Senado.”
“Próximo da meia noite, no acampamento do SMU, por meio do carro de som, manifestantes insistem em descer para a Esplanada, contudo decidem não descer e deixam para o dia seguinte tal decisão“, aponta o documento.
Créditos: O Antagonista.