Congressistas afirmam que cada evento custou cerca de R$ 100 mil à União; também dizem que atos não tinham “qualquer interesse público”
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG), e Zeca Dirceu (PR), que assume o posto em fevereiro, denunciaram na 3ª feira (24.jan.2023) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao TCU (Tribunal de Contas da União) por uso indevido do cartão corporativo em motociatas durante seu governo. Eis a íntegra do requerimento (186 KB).
Os petistas alegam que os passeios foram custeados com dinheiro público por meio do cartão corporativo da Presidência da República. A estimativa é de que cada motociata tenha custado cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos.
O documento cita reportagem publicada na 3ª feira (24.jan) pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas, depois da análise de 2.000 documentos de prestação de contas do cartão corporativo. Os dados revelaram que o financiamento dos eventos era feito com dinheiro público.
“A ‘motociata’ feita em maio de 2021 (em plena pandemia de covid-19, ressalta-se), no Rio de Janeiro, por exemplo, custou aos cofres públicos R$ 116 mil, contando com o suporte local de policiais militares, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército”, aponta o documento.
O ofício argumenta que os passeios “não detinham qualquer interesse público”. Alguns dos encontros reuniram mais de 200 oficiais pagos com o cartão corporativo.
“As despesas do cartão não incluem os gastos com combustível das aeronaves, custeados pela Força Aérea Brasileira. A alimentação a bordo, porém, custava em torno de R$4mil por viagem, conforme demonstram os documentos consultados”, diz o documento.
A denuncia ressalta que o ex-presidente negou, ao menos 15 vezes, ter usado o cartão corporativo para tais despesas.
A viagem feita por Bolsonaro para São Francisco do Sul (SC), em fevereiro de 2021, custou R$ 48.000 à União.
Poder 360