Charles McGonigal é acusado de ter violado sanções contra a Rússia e de lavagem de dinheiro
Um ex-agente do FBI foi acusado, nesta segunda-feira, de violar as sanções americanas contra a Rússia ao trabalhar para o magnata russo Oleg Deripaska. Segundo o Departamento de Justiça americano, Charles McGonigal, de 54 anos, havia dirigido a unidade de contrainteligência do FBI (polícia federal americana) em Nova York até se aposentar em 2018, mas acabou detido neste fim de semana e está sendo processado em dois casos distintos.
A justiça federal de Nova York o acusa de ter trabalhado para o fundador da gigante do alumínio Rusal, que, desde 2018, é alvo de sanções que proíbem qualquer relação comercial com americanos devido a seus vínculos com o governo russo. McGonigal investigou oligarcas russos enquanto estava no FBI. Suspeita-se que, em 2019, tentou, em vão, o cancelamento das sanções contra Deripaska, e que teria realizado, em 2021, investigações sobre um dos seus rivais.
Segundo a acusação, o ex-agente recebia pagamentos através de empresas de fachada e fazia negócios através de um intermediário. Ele é acusado de ter violado sanções contra a Rússia e de lavagem de dinheiro. Caso seja condenado, está sujeito a uma pena de 20 anos de prisão.
McGonigal comparecerá perante um juiz na segunda-feira juntamente com um suposto cúmplice, um ex-diplomata russo que se naturalizou americano e tornou-se tradutor juramentado do sistema judicial. Além disso, McGonigal é acusado pelo tribunal federal de Washington de ter ocultado pagamentos relacionados com suas atividades no Leste Europeu, enquanto ainda trabalhava para o FBI.
Segundo a promotoria, ele cobrou 225 mil dólares (cerca de R$ 1,17 milhão) em dinheiro vivo de um ex-agente do serviço secreto albanês, naturalizado americano, a quem acompanhou em viagens de negócios à Albânia e Kosovo. Também ocultou que estava em contato com o primeiro-ministro do Kosovo, violando assim suas obrigações.
AFP