O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado prévia da inflação, começou o ano de 2023 em alta. O indicador subiu 0,55% na passagem de dezembro para janeiro, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (dia 24).
- As principais pressões vieram da alta dos grupos de Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas. Os preços subiram 1,1% e 0,55%, respectivamente.
- Com o resultado, o índice de prévia da inflação acumula alta de 5,87% em 12 meses. O resultado veio ligeiramente acima do esperado. Analistas projetavam alta de 0,52% do indicador no mês.
Alimentos e itens de higiene pessoal mais caros
A pesquisa aponta o quanto a alta dos preços vem impactando o orçamento do consumidor. Os itens de higiene pessoal, por exemplo, têm pesado mais. Em janeiro, produtos ligados à saúde e cuidados pessoais subiram o dobro da inflação (1,1%). Ficaram mais caros os perfumes e os produtos para pele, com altas de quase 5% no mês. Os planos de saúde também pressionam: subiram 1,21%, refletindo a incorporação da fração mensal dos reajustes dos planos de saúde novos e antigos.
Alguns alimentos também ficaram mais caros em janeiro, e acabam pesando mais no carrinho das famílias. A batata-inglesa subiu 16%, seguida do tomate (5,96%), do arroz (3,36%) e das frutas (1,74%). Por outro lado, o preço da cebola caiu 15,21% e do leite longa vida 2%.
Apesar da maior pressão observada em alimentos e itens de higiene pessoal, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA-15 tiveram alta em janeiro.
Veja abaixo a variação dos grupos em janeiro:
- Alimentação e bebidas: 0,55%
- Habitação: 0,17%
- Artigos de residência: 0,38%
- Vestuário: 0,42%
- Transportes: 0,17%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,10%
- Despesas pessoais: 0,57%
- Educação: 0,36%
- Comunicação: 2,36%
O grupo Comunicação registrou alta de 2,36% em função dos aumentos praticados pelas empresas do setor telecomunicações. O combo de telefonia subiu 3% e foi o que mais impactou no mês. Mas também tiveram altas os preços de acesso à internet, aparelho telefônico e tv por assinatura – o último, com alta de quase 12%.
No grupo Transportes, os preços desaceleraram de 0,85% para 0,17% em relação à dezembro por conta da queda nos preços dos combustíveis. À exceção da alta no etanol, recuaram os preços do óleo diesel, da gasolina e do gás veicular. Por outro lado, o custo do emplacamento e licença subiu 1,61% – já incorporando a fração mensal referente ao IPVA de 2023.
Já em Habitação, a alta foi de 0,17% em janeiro. Houve queda nos preços do gás de botijão e energia elétrica residencial diante da redução nas tarifas residenciais em uma das concessionárias pesquisadas. Por outro lado, em regiões como Salvador, onde o ICMS retornou ao patamar de 27% a partir de 1º de janeiro, o custo com energia subiu quase 4%. Também pesou na alta do grupo o reajuste do serviço de iluminação pública nas capitais São Paulo e Curitiba.