Apesar da defesa pública feita por Lula, integrantes da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que a ideia de criar uma moeda comum para Brasil e Argentina não deve sair do papel.
Nos bastidores, membros da equipe econômica dizem que as falas de Lula e Haddad em defesa da proposta serviram apenas para sinalizar o esforço para fortalecer a parceria comercial entre os dois países.
Sob reserva, economistas do time de Fernando Haddad afirmam que não está e nunca esteve nos planos da equipe econômica brasileira trabalhar em estudos que levem a uma moeda comum.
A nova moeda, como explicou Haddad, não substituiria o real ou o peso argentino. A ideia é que servisse como uma referência para transações comerciais entre Brasil e Argentina.
“O Brasil poderia estar entrando em uma furada. Poderia começar a ganhar muito menos pelo seu produto. Outra possibilidade é a inflação argentina contaminar a inflação brasileira através da moeda comum. Se os preços lá continuam subindo e a gente não admite a desvalorização cambial, vamos pagar cada vez mais pelo produto argentino”, explicou à coluna a economista do Insper Juliana Inhaz.
Igor Gadelha – Metrópoles