Líderes informaram que não sabem mais detalhes sobre o plano, mas adiantaram que projeto será construído com muito debate e reuniões
Em declaração à imprensa nesta segunda-feira, 23, o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e o chefe de Estado da Argentina, Alberto Fernandéz, defenderam a criação da moeda única, mas ressaltaram que não sabem como funcionaria. “Por que não criar uma moeda comum do Mercosul, uma moeda comum dos Brics? Há países que têm dificuldades de obter dólares”, disse o petista. “Não estranho a curiosidade que uma discussão como essas apresenta, porque tudo que é novo causa estranheza. Mas acho que tudo que é novo precisa ser testado, porque não podemos fazer no século XXI aquilo que fazíamos no século XX”, acrescentou o líder que antes havia brincado dizendo que se soubesse todos os detalhes ele seria ministro da Fazenda e não presidente. Fernandéz, por sua vez, completou a fala do amigo declarando: “Não sabemos como funcionaria a moeda comum entre a Argentina e o Brasil, mas sabemos o que acontece com as economias nacionais tendo a necessidade de funcionar com moedas estrangeiras, e sabemos como isso é nocivo”. “Comemoro nesta ocasião a vista do presidente Lula. Se não tivermos a coragem de mudar, continuaremos a padecer dos mesmos males”, acrescentou e ressaltou a importância de aprofundar os vínculos entre Brasil e Argentina porque ele vai motorizar toda a América Latina”.
Nas declarações, Lula e Fernández também falaram sobre o investimento público brasileiro em gasoduto que poderá ligar o campo de Vaca Muerta até a divisa do Rio Grande do Sul. “Tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes. Se há interesse, se temos um banco de financiamento para isso, quero dizer que vamos criar as condições para criar o financiamento que pudermos fazer para ajudar no gasoduto argentino”, declarou o chefe de Estado que também relembrou a importância que o BNDS teve em 2008 durante a crise. “Se não fosse por ele e pelos bancos públicos, a economia brasileira teria quebrado”, declarou. No início das declarações, os líderes falaram sobre a retomada das relações entre Argentina e Brasil. “Vamos reconstruir aquela relação de paz e produtividade de dois países que nasceram para crescer, se desenvolver e dar melhores condições para seu povo”, declarou Lula. “Voltei para fazer bons acordos com a Argentina e melhorar aquilo que falta para que os dois países possam crescer economicamente”, acrescentou. Fernández, que abriu a reunião, declarou que a relação entre os países vai durar por várias décadas, e ressaltou seu apoio ao chefe de Estado do Brasil e a democracia em uma breve citação aos ataques ocorridos em Brasília em 8 de janeiro. “A Argentina sempre estará ao seu lado e não permitirá que nenhum delirante ponha em perigo as instituições brasileiras. Não vamos permitir que nenhum fascista se aposse da soberania popular”, disse. Lula aproveitou o momento para se desculpar com Fernádez pelas grosserias realizadas por Jair Bolsonaro (PL). “Quero me desculpas pelas grosserias que o presidente anterior do Brasil fez a Fernández. Um país que tem a grandeza do Brasil não tem direito de buscar inimigos, precisamos construir amigos e parceiros, e, por isso, afirmo que o Brasil está outra vez de braços abertos para acolher os companheiros da Argentina.
Jovem Pan