O Candida auris é um fungo que tem gerado preocupação global devido à sua resistência a medicamentos antifúngicos convencionais. Identificado pela primeira vez no Japão em 2009, o fungo rapidamente se espalhou por diversos continentes, com exceção da Antártica. Sua capacidade de resistir a tratamentos padrão faz com que ele seja classificado como um “superfungo”, representando uma ameaça significativa à saúde pública.
Este fungo é conhecido por causar infecções invasivas, que podem levar a altas taxas de mortalidade. A resistência do Candida auris a medicamentos como fluconazol, anfotericina B e equinocandinas complica ainda mais o tratamento, tornando os surtos em ambientes hospitalares particularmente difíceis de controlar.

Como o Candida auris está afetando o Brasil em 2025?
Em 2025, o Brasil enfrenta surtos de Candida auris em dois estados principais: São Paulo e Pernambuco. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que o fungo representa uma “grave ameaça” à saúde pública, especialmente em serviços de saúde onde o controle de infecções é crítico. Desde o primeiro caso registrado no país em 2020, o número de infecções tem aumentado, com surtos registrados também na Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Em Pernambuco, o Hospital Otávio de Freitas identificou quatro casos recentes, enquanto em São Paulo, o Hospital do Servidor Público Estadual registrou 15 pessoas que tiveram contato com o fungo. Apesar de um dos casos em São Paulo ter resultado em óbito, a morte foi atribuída a complicações cirúrgicas, não diretamente à infecção pelo fungo.
Quais são os desafios no combate ao Candida auris?
O combate ao Candida auris apresenta vários desafios significativos. Primeiramente, a resistência do fungo aos tratamentos antifúngicos convencionais dificulta a erradicação das infecções. Além disso, a identificação do fungo requer métodos especializados que muitos laboratórios no Brasil ainda não possuem, o que complica o diagnóstico e o controle de surtos.
Outro desafio é a capacidade do fungo de sobreviver em ambientes hospitalares, tornando a desinfecção uma tarefa complexa. Isso aumenta o risco de transmissão em unidades de saúde, onde pacientes já debilitados são mais suscetíveis a infecções oportunistas.
Quais medidas estão sendo tomadas para controlar os surtos?
Para controlar os surtos de Candida auris, as autoridades de saúde estão implementando medidas rigorosas de controle de infecção. Isso inclui o isolamento de pacientes infectados, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) por profissionais de saúde e a desinfecção cuidadosa de ambientes hospitalares.
Além disso, a Anvisa está trabalhando para melhorar a capacidade dos laboratórios de identificar o fungo rapidamente, o que é crucial para a contenção de surtos. A conscientização sobre o fungo e suas implicações também está sendo promovida entre profissionais de saúde para garantir uma resposta eficaz.
O que o futuro reserva para o combate ao Candida auris?
O futuro do combate ao Candida auris dependerá de avanços na pesquisa e no desenvolvimento de novos tratamentos antifúngicos. A colaboração internacional será essencial para compartilhar informações e estratégias eficazes de controle. Além disso, o fortalecimento das infraestruturas de saúde e a capacitação de laboratórios para identificar rapidamente o fungo são passos cruciais para mitigar o impacto dos surtos.
Enquanto isso, a vigilância contínua e a implementação de práticas rigorosas de controle de infecção permanecem como as melhores defesas contra a disseminação deste “superfungo” em ambientes hospitalares e na comunidade em geral.