Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO.
Com foco especial em militares, o governo Lula (PT) tem usado de várias estratégias para mapear os funcionários comissionados por Jair Bolsonaro (PL) e dispensar os que são os “bolsonaristas raiz”.
Segundo pessoas ligadas ao governo, não há um modus operandi específico para a “desbolsonarização”, mas dois pontos são levados em conta:
- Declarações feitas publicamente;
- Posicionamentos em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Oficialmente, porém, os petistas negam que haja perseguição e justificam ser natural a mudança de comissionados entre um governo e outro.
A necessidade de uma “triagem” tem sido tratada abertamente por Lula.
O presidente tem dito que não quer criar “um palácio de petistas”, mas já deixou claro a ministros e secretários que “não pode ficar ninguém [comissionado] que seja suspeito de ser bolsonarista” no Planalto ou na Esplanada.
A estratégia fica clara a cada nova publicação do DOU (Diário Oficial da União).
Na terça (17), o governo dispensou 40 militares que cuidavam do Palácio da Alvorada.
Na quarta (18), mais 13 militares do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) que compunham a guarda do Planalto.
De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, as trocas deverão ser ainda mais intensificadas a partir desta segunda (23), quando os novos ministérios criados e desmembrados entram no sistema online da Presidência. “Ainda tem muita gente para sair e muita gente para entrar”, afirmou.
O governo não deixa claro de que forma essa triagem é feita. Pessoas próximas relatam que formas mais explícitas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são levadas em consideração.
Para isso, são consideradas declarações públicas —seja nos gabinetes ou em redes sociais— de apoio à tentativa de golpe, de questionamento de segurança das urnas eletrônicas ou de pedido de fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal), por exemplo.
Créditos: UOL.