O convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, participe de reunião entre o chefe do Executivo e os comandantes das Forças Armadas foi recebido com estranheza pelos militares.
O encontro desta 6ª feira (20.jan.2023) foi articulado pelo ministro da Defesa, José Múcio, para reaproximar Lula dos militares depois dos atos de extremistas que destruíram as sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
De acordo com o governo, Josué participará da reunião para falar sobre como impulsionar a indústria militar no país. A presença do empresário também seria para passar recado aos militares e lembrar aos comandantes das Forças Armadas que a relação de Lula com os fardados foi tranquila nos outros mandatos do presidente. Não colou.
Segundo apurou o Poder360, a presença do presidente da Fiesp também desagradou os militares, que acham que Lula está usando uma reunião delicada para prestigiar o amigo, que teve a destituição do comando da Fiesp aprovada em assembleia. A entidade, no entanto, não reconheceu a validade da votação e diz que ele segue no “exercício pleno de suas funções”. Para os comandantes das Forças Armadas, a presença de Josué impede uma conversa franca e direta sobre segurança nacional com Lula.
José Alencar (1931-2011), pai de Josué, foi vice-presidente nos 2 mandatos de Lula (2003-2011). De 2004 a 2006, ocupou o cargo de ministro da Defesa e desenvolveu boas relações com os militares.
Poder 360