foto: Ricardo Stuckert/Reprodução
Os atos pacíficos que aconteciam desde a eleição com a vitória de Lula, principalmente na frente dos quartéis pelo Brasil, incomodava a esquerda. Primeiramente, pela persistência e por ser uma oposição ostensiva no começo do mandato, o que, dessa forma, atrapalha, inclusive, a formação de um novo governo.
A esquerda precisava de alguma forma criminalizar esses atos e desmobilizar essas pessoas, mas não havia, até o dia 8, elementos suficientes que desabonassem os protestos, somente algumas conjecturas que se pedia intervenção federal e que era inconstitucional, mas nada concreto.
Em 8 de janeiro de 2023, alguns baderneiros de plantão se aproveitaram da massa que caminhava pacificamente até o Congresso Nacional e começaram uma guinada inexplicável, com ataques só vistos até então por grupos de esquerda como Black Blocks. Isso era exatamente o que a esquerda não tinha. Foi um presente que fez brilhar os olhos dos que demonizavam as manifestações. Diante de tamanha brutalidade contra os poderes, veio a “carta branca” para agir. Não se sustentava mais a defesa dos agora “terroristas do QG” e foi sob essa ótica que bandidos travestidos de patriotas acabaram com um movimento que perdurava há 90 dias e que, por causa desse punhado de idiotas arruaceiros, foram feitas milhares de prisões de pessoas que só exerciam seus direitos constitucionais da livre manifestação ainda em voga no Brasil.
Junior Melo (advogado e jornalista)