Forças Armadas vivem momento delicado dentro do novo governo, por suposta “lotação de militares bolsonaristas”
Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Defesa, José Múcio, se encontraram nesta segunda-feira (16/1), em Brasília. A agenda aconteceu horas antes de o petista retirar cerca de 40 militares de funções alocadas no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na manhã desta terça-feira (17). A agenda não constava nos compromissos presidenciais de ontem.
A informação foi dada ao Correio por fontes próximas a Lula. As Forças Armadas vivem um momento delicado dentro do novo governo, por suposta “lotação de militares bolsonaristas” nas três instituições que a compõem: Aeronáutica, Marinha e, sobretudo, Exército, este responsável pela segurança presidencial, seja via GSI, seja com patrulhamento ostensivo de apoio à guarda do petista, ou em espaços onde o presidente esteja, como Planalto, Alvorada e Granja do Torto.
Na semana passada, Lula subiu o tom de desconfiança a militares em café-da-manhã com jornalistas ao sugerir, por exemplo, que a entrada de extremistas no Planalto no 8 de janeiro foi facilitada pelas Forças Armadas. Na tarde desta terça-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), disse a jornalistas que tenta uma agenda entre Lula e Múcio, que, ainda não é certeza, poderia se consolidar até sexta-feira (20).
O ministro, apesar de pressionado, negou que o encontro a ser agendado tenha relação com uma suposta crise entre Planalto e Defesa e argumentou ter relação a investimentos nas Forças Armadas, que o gestor também afirma ter sido a razão do almoço, hoje, entre ele, Múcio e os comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exército.
Correio Brasiliense