A juíza Kathaleen McCormick, da Corte de Chancelaria de Delaware (EUA), desempenhará um papel fundamental para determinar se o bilionário Elon Musk terá ou não que proceder com o acordo de compra do Twitter. No entanto, seu histórico mostra que ela é uma das poucas a ter ordenado, no passado, a conclusão de um acordo depois que uma entidade corporativa tentou recuar.
Segundo a Reuters, McCormick determinou, no ano passado, que uma subsidiária da empresa Kohlberg & Co, de private equity, mantivesse o compromisso de adquirir a DecoPac Holding Inc., fabricante de produtos para decoração de bolos. O negócio havia sido firmado no valor de US$ 550 milhões.
Apesar de concordar com a aquisição em 2020, a Kohlberg desistiu, alegando que a pandemia de Covid-19 teve um “efeito materialmente adverso” no acordo e que faltava o financiamento necessário. A empresa também argumentou que a DecoPac não conseguiu manter as operações comerciais normais.
Da mesma forma que o Twitter fez com Elon Musk, a DecoPac processou a Kohlberg para que a compra fosse concluída, conforme prometido. Responsável pelo caso, a juíza McCormick deu ganho de causa para a DecoPac e para a “certeza do negócio”, conforme descreveu.
“Ela já tem um histórico de não tolerar alguns dos piores comportamentos que vemos nessas áreas quando as pessoas querem sair de acordos”, disse Adam Badawi, professor de direito da Universidade da Califórnia em Berkeley, à Reuters. “Ela é uma juíza séria e objetiva”.
McCormick é a primeira mulher a atuar como juíza da Corte de Chancelaria de Delaware.
Musk x Twitter
Em abril deste ano, o Twitter aceitou ser comprado por Elon Musk no valor de US$ 44 bilhões. Entretanto, as negociações começaram a ficar comprometedoras depois que o bilionário acusou a empresa de não fornecer os dados sobre a quantidade de bots (contas falsas) existentes na plataforma.
Após desistir do acordo, no dia 8 de julho, o bilionário foi processado pelo Twitter em uma tentativa de concluir a aquisição. A empresa acusa Musk de ter “montado um espetáculo público para colocar o Twitter em cena”, “zombado da empresa, prejudicado suas operações, destruído valor aos acionistas e ido embora”.
Impactadas pelo recuo do empresário, as ações da rede social fecharam em queda de 5,1% nas negociações oficiais e de 4,8% no after market.