Foto: Arquivo Pessoal.
O adolescente Heitor Santos Poncidônio, de 16 anos, que morreu após beber soda cáustica como se fosse água enquanto comprava produtos de limpeza em uma loja, contou à família que não foi alertado pelos funcionários de que líquido na garrafa era um composto químico [danoso e fatal]. Ao g1, a prima dele, Eduarda Poncidônio Costa, revelou neste sábado (14) um dos últimos relatos do rapaz aos familiares. “Pediu a eles água para beber. Entregaram uma garrafa que tinha soda cáustica”.
De acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML), o jovem morreu em Guarujá, no litoral de São Paulo, devido a uma esclerose esofágica [varizes no esôfago, que podem vir a sangrar, causar hemorragia e levar a óbito]. Em depoimento à Polícia Civil, que investiga o caso, o dono do comércio negou a história.
Eduarda acrescentou que, após o ocorrido, o primo passou a falar menos por conta de dores na boca causadas pelo produto químico. “Na última vez que estive com o Heitor, ele sentia dor, apenas”. O g1 teve acesso a um áudio gravado pelo adolescente ainda no hospital, em que ele detalhou, já com dificuldade para falar, o que estava fazendo na loja.
“Perguntei se eles tinham cloro e desinfetante, e a mulher [funcionária] disse que sim. Eu perguntei se tinham ‘Casa Limpa’ [produto de limpeza], e ela falou que só teriam ‘Casa Nova’. Não lembro de mais nada”, disse a vítima, gravada pela prima no hospital.
Heitor foi descrito por Eduarda como um “menino alegre e do bem”. Segundo ela, o rapaz ocupava o dia com compromissos e momentos de lazer. “Ele fazia curso técnico de informática e estudava na escola à noite. Quando chegava, gostava de jogar bola na rua, fazer academia e também crossfit”.
Morte
Heitor morreu em 9 de janeiro, dois dias após começar a sentir dores abdominais. A prima do adolescente disse que ele foi levado à Casa de Saúde de Guarujá, passou por consulta médica e, como o coração estava acelerado, foi colocado no soro. Eduarda explicou que coletaram o sangue do garoto e o resultado revelou uma “inflamação no estômago e que as plaquetas estavam altas”.
No dia em que morreu, Heitor havia sido encaminhado para fazer uma endoscopia e, segundo a prima, saiu da sala precisando de reanimação. “Foi imediatamente para sala de emergência, onde vários médicos tentarem reanimá-lo, porém sem êxito”.
O g1 entrou em contato com a assessoria do hospital, mas até a última atualização dessa reportagem, não obteve retorno.
Créditos: G1.