Foto: Reprodução.
Os roteiristas Mindy Kaling e Charlie Grandy optaram por “amadurecer” o material original da franquia Scooby-Doo e entregar uma narrativa que pudesse interessar ao público jovem, hoje bastante atraído por histórias de mistério que envolvem terror, mortes e pitadas de sexualidade.
A dupla buscou inspirações em produções voltadas para o público infantojuvenil que abusa de elementos como mistério e assassinatos, como Riverdale e Veronica Mars. E esta era a parte mais difícil da missão: levar a personagem clássica surgida nos anos 60 para um novo público adulto.
No entanto, a nova série, que disponibilizou apenas seus dois primeiros episódios, apresenta muitos temas adultos e uma sexualidade um pouco mais aflorada do que o esperado por muitos fãs, o que vem chocando parte do seu público original. Uma determinada cena, que se passa num vestiário cheio de garotas do ensino médio, todas nuas, foi uma das mais criticadas.
Elas estão cobertas apenas por algumas espumas estrategicamente colocadas em suas “partes baixas”. Isso atraiu críticas pela alegada sexualização de adolescentes e pelas supostas piadas de mau gosto da cena. Outro momento polêmico e bastante criticado por alguns assinantes da HBO Max usa o movimento #MeToo para fazer uma piada com humoristas, o que é estranho para um programa que aparenta querer abraçar a diversidade e o feminismo.
Além disso, muita gente critica e não concorda com o fato de a personagem principal ter tido sua etnia alterada em relação à original: agora Velma é sul-asiática, bem como o Salsicha (Norville) aparece como negro e usuário de drogas na série da HBO Max.
Indo mal também nas avaliações profissionais:
A crítica profissional do Decider opinou: “A própria Velma é uma personagem odiosa que contribui com pouco mais do que piadas sarcásticas quase todas as vezes que está na tela. É genuinamente difícil se importar com sua situação ou seu desejo de descobrir o que realmente aconteceu com sua mãe porque ela torna isso muito difícil. Shaggy foi transformado em ‘Norville’ (seu nome verdadeiro), um vlogger que grava mukbangs”.
E seguiu: “É difícil entender por que alguém achou por bem renovar a própria heroína e substituir sua gentileza, inteligência e personalidade prestativa (com uma dose de adorável timidez) por essa máquina sarcástica que mal consegue se manter como está, muito menos qualquer pessoa ao seu redor”.
Créditos: Metrópoles.