Em 2025, o Senado brasileiro está programado para avaliar o projeto de lei que visa modernizar e agilizar os processos de falência empresarial no Brasil. Este projeto, identificado como PL 3/2024, é uma das 25 propostas consideradas prioritárias pelo governo federal para impulsionar a economia. O objetivo principal é tornar os processos mais rápidos e justos, reduzindo a burocracia e conferindo mais influência aos credores.
A atual legislação, a Lei de Falências e Recuperações Judiciais, está em vigor desde 2005. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os procedimentos atuais são demorados, o que pode prejudicar a economia. Ele destaca que os processos longos comprometem os já limitados recursos econômicos disponíveis para a retomada das atividades empresariais.
O que muda com o Projeto de Lei 3/2024?
O PL 3/2024 propõe significativas alterações, incluindo a redução dos prazos para a conclusão dos processos de falência. Além disso, busca diminuir a burocracia no sistema judiciário, transferindo mais poder para os credores. Estes agora terão a possibilidade de nomear um gestor fiduciário, substituindo o administrador judicial escolhido pelo juiz. Essa mudança tem a intenção de tornar o processo de falência mais eficiente e transparente.
A expectativa é que, com a conclusão mais rápida dos processos de falência, recursos e ativos empresariais sejam devolvidos ao mercado de forma eficaz, beneficiando tanto a economia quanto os credores. Esse movimento é visto como uma forma de revitalizar a atividade econômica através do reuso desses recursos anteriormente paralisados.
![Plenário da Câmara dos Deputados no Congresso Nacional Brasileiro - Créditos: depositphotos.com / diegograndi](https://terrabrasilnoticias.com/wp-content/uploads/2025/02/senado-brasil_1739443514787-1024x576.jpg)
Como a nova lei pode impactar falências em andamento?
No caso de processos de falência já iniciados antes da sanção da nova lei, o projeto PL 3/2024 oferece soluções específicas. Para falências que estão em andamento há mais de três anos, mas não ultrapassaram seis anos, a assembleia de credores deverá deliberar sobre a continuidade do administrador atual até que o processo complete seis anos. Essa medida busca dar flexibilidade e continuidade a processos que já estão em etapas avançadas.
Esse aspecto do projeto é uma tentativa de resolver efusivamente processos que estavam parados ou em ritmo mais lento, garantindo que decisões possam ser tomadas com mais agilidade e procurando minimizar os dilemas enfrentados por empresas e credores.
Quais os prós e contras da lei avaliada?
O projeto de lei em questão propõe alterações importantes nas regras de falência de empresas, trazendo tanto aspectos positivos quanto negativos. Veja a seguir os principais prós e contras:
Prós:
- Maior liberdade para o processo: O plano de falência pode ser elaborado mais rapidamente, com menos formalidades, como a dispensa da manifestação do Ministério Público e das partes envolvidas.
- Processo ágil: Contratações de especialistas e a venda de bens podem ocorrer de forma mais célere, com maior rapidez na resolução dos processos de falência.
- Maior eficiência: A proposta visa acelerar a liquidação de empresas falidas, evitando que processos se arrastem por décadas.
Contras:
- Limitação na remuneração: A nova lei estabelece um limite de 10 mil salários mínimos para a remuneração de administradores e gestores fiduciários, o que pode ser considerado um valor baixo para profissionais envolvidos em processos de grande porte.
- Prazo fixo para conclusão: O mandato de três anos pode ser restritivo e, em casos complexos, o prazo pode não ser suficiente para concluir o processo de forma eficaz.
- Menos flexibilidade para os juízes: A autonomia dos juízes em determinar o tempo de permanência dos administradores judiciais e o valor da remuneração é limitada, o que pode prejudicar a adaptação a casos específicos.
O projeto tenta equilibrar a necessidade de celeridade no processo de falência com a proteção dos envolvidos, mas ainda gera controvérsias sobre os limites impostos aos administradores e gestores fiduciários.
Quais são os dados que justificam a urgência do projeto?
![Créditos: depositphotos.com / thenews2.com](https://terrabrasilnoticias.com/wp-content/uploads/2025/01/haddad_1737627545410-1024x576.jpg)
De acordo com informações apresentadas pelo ministro Haddad e divulgado pela Agência Senado, o número de empresas que solicitaram falência em 2023 superou o registrado durante a pandemia de covid-19. Dados da Serasa Experian indicam que, entre janeiro e agosto de 2023, houve um aumento significativo de requerimentos de falência, refletindo a necessidade urgente de uma reformulação legal para enfrentar esse desafio crescente.
Este aumento no número de falências ressalta a importância de modernizar e agilizar os processos judiciais, protegendo tanto os interesses dos credores quanto promovendo uma maior estabilidade econômica.
Como a sociedade pode se beneficiar dessas mudanças?
A atualização da Lei de Falências pode trazer diversos benefícios para a sociedade. Em primeiro lugar, ao tornar os processos mais rápidos e justos, acredita-se que as empresas possam se reorganizar mais eficientemente, preservando empregos e contribuindo para uma economia mais robusta. Além disso, o empoderamento dos credores e a diminuição da burocracia podem aumentar a confiança no sistema judiciário e atrair novos investidores.
Dessa forma, a modernização legal não apenas aborda questões internas das empresas, mas também afeta de maneira positiva o ambiente econômico e social do país, estabelecendo um cenário propício para o desenvolvimento e a inovação empresarial.