O ex-ministro dos governos do PT Aldo Rebelo (PDT) criticou o presidente Lula (PT). “Não vejo, no novo governo, uma atitude no sentido de pacificação”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, três dias antes da posse.
Segundo Rebelo, o país está dividido e é responsabilidade do novo governo promover a união. “E eu pergunto: será que o presidente Lula e o seu partido, num terceiro mandato, estariam dispostos a promover a paz entre os brasileiros, pacificar o país, reduzir o nível de conflitos?”, ponderou. “Será que o novo governo está disposto a promover o movimento necessário para que isso aconteça?”
Ele mesmo respondeu: “Parece, em algumas circunstâncias, que as eleições continuam, que vivemos ainda o período eleitoral, o período de disputa. O país dá sinais de que a construção da paz e da unidade não é prioridade do futuro governo. Eu não sou otimista em relação aos primeiros sinais”.
Para Rebelo, que foi deputado federal por 20 anos pelo PCdoB, “o Brasil precisa de paz e de união”, e “sem isso é impossível retomar o caminho do crescimento, o caminho da justiça social e da democracia”.
Também será praticamente impossível governar, disse o ex-ministro. “Reunir apoio político, as energias intelectuais e materiais para fazer o país voltar a crescer num país dividido, eu diria que não é difícil. Eu diria que é impossível.”
Questionado sobre como fazer para pacificar o país, o ministro disse que com “gestos e palavras” e citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que “sofreu duas tentativas de levante militar” e “anistiou os rebeldes”. “Eu acho que esses gestos e essas palavras deveriam partir do governo”, afirmou Rebelo, na entrevista à emissora.
Com informações da revista Oeste