Jovem discursou em prol de lei que restringe a prática
A adolescência de Chloe Cole, 17 anos, foi bastante agitada. Aos 13, ela realizou uma transição hormonal para elevar seu nível de testosterona. Dois anos depois, foi além e removeu os seios, para se tornar um menino.
“Eu não entendia nenhuma das decisões médicas que estava tomando”, disse a adolescente, durante uma audiência no Parlamento da Flórida, na sexta-feira 8, ao se manifestar a favor de um projeto de lei (PL) que impede a vigência do programa Florida Medicaid, da Casa Branca. A iniciativa federal propõe pagar por intervenções médicas para “disforia de gênero”.
Chloe passou a ser contra a transição de gênero quando se deu conta da ausência das mamas. “Por não ter mais os seios, não serei capaz de amamentar meus futuros filhos”, lamentou, ao mencionar que os médicos a informaram de um maior risco de ter câncer, por causa dos tratamentos hormonais.
Caso o PL da Flórida seja aprovado, o Medicaid não vai poder fornecer remédios hormonais, cirurgias de mudança de sexo nem qualquer outro procedimento que altere as características sexuais para tratar a mudança de gênero de uma criança no Estado. “Nenhuma criança deveria experimentar o que eu tenho”, disse Chloe. “Pais, não façam a transição de seus filhos.”
Brock Juarez, diretor de comunicação da Agência de Administração de Cuidados de Saúde dos EUA (AHCA, na sigla em inglês), elogiou o discurso de Chloe. Ele ainda mencionou um relatório do AHCA, feito em abril deste ano, que constatou “que os tratamentos da disforia de gênero não são consistentes com os padrões médicos profissionais amplamente aceitos. Além de serem experimentais e investigativos, com potencial para efeitos prejudiciais a longo prazo”.
Associações médicas ativistas
Alguns grupos de ativistas transgêneros de associações médicas, como a Academia Americana de Pediatria, se manifestaram a favor das intervenções médicas para crianças que não se identificam com o gênero que nasceram. “A academia recomenda que aqueles que se identificam como transgêneros tenham acesso a cuidados de saúde abrangentes, fornecidos em um espaço clínico seguro e inclusivo”, informou, em março de 2021.