Foto: Reprodução/Youtube/Montagem/Naty e Isa.
No universo musical, o conceito de plágio é frequentemente uma fonte de controvérsias e disputas judiciais. O Brasil, com sua rica herança musical, já foi alvo de várias alegações de plágio por artistas internacionais. Este artigo aborda algumas das histórias mais notórias em que músicas brasileiras influenciaram, de forma direta ou indireta, canções de artistas estrangeiros.
Em 2024, um dos casos que ganhou destaque envolveu o compositor brasileiro Toninho Geraes e a cantora Adele. A disputa gira em torno da alegação de que a música “Million Years Ago” é um plágio de “Mulheres”, um clássico samba composto por Geraes. A decisão judicial ordenou a remoção da música de Adele das plataformas digitais no Brasil até que o caso seja resolvido.
Quais outros casos de plágio marcaram a história da música brasileira?
Um dos casos de plágio mais discutidos é “Seville”, do brasileiro Luiz Bonfá, e “Somebody That I Used to Know”, do cantor australiano Gotye. Lançada em 2011, a música de Gotye incorpora trechos de violão da canção de Bonfá de 1967, resultando em um acordo contratual antes mesmo de a música alcançar seu sucesso global. Gotye reconheceu a contribuição de Bonfá, evitando o rótulo de plágio.
Outro exemplo é a semelhança entre “What To Do”, da cantora brasileira Vanusa, e “Sabbath Bloody Sabbath”, do Black Sabbath. Ambas as composições foram lançadas em 1973, mas a música de Vanusa antecedeu a de Black Sabbath, levantando especulações sobre uma possível inspiração por parte da banda britânica. No entanto, este caso nunca foi oficialmente investigado.
Como a música brasileira influenciou o som de artistas internacionais?
A influência da música brasileira se estende também ao festival de San Remo, na Itália. A obra “London London”, de Caetano Veloso, teria sido uma possível inspiração para “Che Sarà”, composta por Jimmy Fontana. Lançada em 1970, a música brasileira capturou a atenção de Fontana, mostrando a força cultural da música nacional.
Uma das lendas mais conhecidas é sobre o riff de “Smoke on the Water”, do Deep Purple, e sua suposta inspiração em “Maria Moita”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. Apesar de não haver provas concretas disso, essa é uma das diversas histórias que exemplificam a lendária influência dos ritmos brasileiros no rock internacional.
Quais são as implicações legais e culturais do plágio na música?
Um dos casos resolvidos de maneira mais harmoniosa foi entre Rod Stewart e Jorge Ben Jor. Stewart reconheceu que “Da Ya Think I’m Sexy?” foi inspirada na música “Taj Mahal” após uma visita ao Brasil. A disputa foi solucionada com a doação dos lucros da música para a Unicef, mostrando que nem todas as questões de plágio precisam terminar em longas batalhas judiciais.
Além disso, o Black Eyed Peas enfrentou uma situação semelhante ao samplear músicas de Jorge Ben Jor sem permissão. Canções como “Comanche”, “Cinco Minutos” e “O Homem da Gravata Florida” foram utilizadas no álbum de estreia do grupo, gerando discussões sobre os direitos autorais. Entretanto, as trocas de elogios entre will.i.am e Ben Jor indicam um desfecho amigável.
Esses casos não apenas destacam as complexidades legais envolvidas no uso de músicas alheias, mas também ressaltam a grande contribuição e reconhecimento da música brasileira no cenário mundial. À medida que as fronteiras culturais se diluem, o respeito e o reconhecimento pelas criações originais tornam-se cada vez mais essenciais na indústria musical global.