Um dos grandes esqueletos da corrupção petista na Petrobras, a Refinaria de Pasadena, no Texas, rendeu milhões de dólares em propinas ao PT. A dias da posse de Lula, o cadáver voltou para assombrar o partido. No início do mês, a Suprema Corte dos Estados Unidos recebeu uma ação da Petrobras contra a belga Astra Oil, virando o novo endereço do escândalo.
O negócio foi feito no fim do primeiro governo Lula, em 2006, virou desastre financeiro para a estatal durante a gestão de Dilma Rousseff, em 2012, e ganhou contornos de escândalo quando a Lava-Jato descobriu as tenebrosas transações envolvidas na tal aventura brasileira para refinar petróleo nos Estados Unidos numa estrutura que não era compatível com o nosso petróleo e, pior, já estava condenada a virar sucata.
Sob o controle petista, a Petrobras pagou 360 milhões de dólares por 50% da refinaria (190 milhões de dólares pelos papéis e 170 milhões de dólares pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor foi muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: 42,5 milhões de dólares.
Em 2015, um ex-executivo da Petrobras admitiu em delação que a compra de Pasadena foi levada adiante pelo petismo instalado na estatal para honrar compromissos políticos. A reforma da refinaria, segundo contou o delator, seria entregue à empreiteira Odebrecht, que, em troca, abasteceria o caixa do PT com dinheiro sujo. A reforma, no entanto, não foi para frente.
Numa ação movida pela Petrobras contra a ex-parceira Astra Oil na Suprema Corte, a estatal tenta anular o acordo no qual pagou 800 milhões de dólares pela enferrujada refinaria apelidada de “ruivinha”.
A estatal afirma que o acerto desfavorável se deu porque a Astra “ofereceu subornos adicionais de 100 milhões de dólares” aos operadores petistas.
“Em 2012, as partes concordaram em resolver as reivindicações pendentes por meio de um acordo global, segundo o qual os peticionários (Petrobras) concordaram em pagar mais de 800 milhões de dólares (…) Os peticionários finalmente souberam que os funcionários dos réus (Astra Oil) haviam agido de forma corrupta para convencê-los a aceitar tanto o acordo inicial de joint venture quanto o acordo subsequente. Especificamente, os peticionários souberam que os representantes dos réus pagaram 15 milhões de dólares para subornar certos funcionários dos peticionários para que concordassem com o acordo de joint venture. Os peticionários acreditam ainda que os réus ofereceram a esses funcionários subornos adicionais totalizando entre 80 milhões de dólares e 100 milhões de dólares durante as negociações de acordo subsequentes”, diz a ação da Petrobras na Suprema Corte.
Se a ação avançar, essa parte da história será finalmente desvendada.
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