Foto: Adriano Machado/Crusoé
Senador tucano, que apoiou Lula nas eleições, criticou alteração de última hora na legislação para viabilizar a nomeação de Aloizio Mercadante para o BNDES
O senador Tasso Jereissati (foto) criticou a mudança na Lei das Estatais que foi aprovada a jato na Câmara na terça-feira (13) para permitir Aloizio Mercadante a assumir o BNDES no governo Lula.
“A alteração na Lei da Estatais é um retrocesso histórico“, publicou o senador tucano em seu Twitter nesta quarta-feira (14).
“Saímos de um país avançado que tem estatais, para uma república de bananas, cujas estatais servirão de cabide de emprego para político derrotado e seus afilhados”, acrescentou.
A Lei das Estatais impõe quarentena de 36 meses para indicados à diretoria e ao Conselho de Administração de estatais que tenham participado de “realização de campanha eleitoral” — Mercadante coordenou a campanha do presidente eleito.
O texto relatado por Margarete Coelho (PP-PI), aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reduz essa quarentena para 30 dias, o que permitiria a Mercadante assumir o BNDES no início de 2023. O mesmo vale, de acordo com a proposta, para indicados à chefia de agências reguladores.
Ainda em sua crítica no Twitter, Tasso chamou a alteração na legislação de “burrice”, porque, segundo ele, “Mercadante não precisava disso”.
“Como Doutor em economia, sem mandato parlamentar há muito anos, sendo apenas presidente da Fundação do PT, e não do Diretório, sua indicação tem margem para uma apreciação positiva do Conselho do BNDES”, argumentou o senador, que declarou apoio a Lula no segundo turno das eleições.
Para que a nova regra entre em vigor, o texto ainda tem de passar pelo Senado.
O Antagonista