Foto: Reprodução/NASA.
O 1º voo à Lua desde a última Missão Apollo, em 1972, a Missão Artemis 1 chega ao fim neste domingo (11/12), quando a cápsula Orion pousa no Oceano Pacífico, perto da costa mexicana. A amerissagem (pouso no mar) está prevista para as 14h40 (horário de Brasília) na costa ocidental da península da Baixa Califórnia, que pertence ao México, após 26 dias de viagem.
Em retorno da órbita lunar desde 1º de dezembro, a Missão Artemis 1 iniciará à operação de amerissagem às 14h deste domingo (horário de Brasília), quando a cápsula Orion se separa do módulo de serviço. Fabricado pela Agência Espacial Europeia, o módulo contém os propulsores, os motores e os painéis solares que forneceram energia para a nave por quase um mês.
Após a separação, a Orion fará uma manobra ousada na borda da atmosfera terrestre. Com a proteção de um material especial que amortece colisões, a cápsula “quicará” na atmosfera e aproveitará o impulso para aproximar-se da costa oeste dos Estados Unidos. A manobra não era possível durante o Programa Apollo.
Em seguida, a cápsula entrará na atmosfera da Terra a uma velocidade de 40.000 km/h. Os técnicos da Nasa, a agência espacial norte-americana, verificarão se os isolantes térmicos, que suportam temperaturas de até 2.700 °C, conseguirão preservar o interior da cápsula, onde estão instalados 3 manequins (um de corpo inteiro e 2 dorsos idênticos) com sensores que monitorarão, entre outras coisas, a temperatura, a pressão e a radiação.
Maior que o das Missões Apollo, o escudo térmico tem 5 metros de diâmetro e é composto de uma treliça de titânio coberta de uma película de fibra de carbono e de um material ablativo (que afasta o calor) que fará parte da proteção se desgastar na atmosfera. Segundo a Nasa, a separação de parte do escudo reduz o estresse (térmico e físico) do restante da sonda e ajuda a retirar o calor.
PARAQUEDAS
A Orion abre a capa protetora dos paraquedas, que impedem que eles se queimem antes do momento certo. A capa é necessária porque os paraquedas só suportam temperaturas de até 2.600 °C. Com a proteção em funcionamento, 3 paraquedas de fibra de titânio, material leve e resistente, se abrirão.
A 25.000 pés (7,62 km) de altitude, 2 outros paraquedas se abrirão e reduzirão a velocidade de queda para 160 km/h. Compostos de um material híbrido de kevlar (fibra sintética de aramida) e nylon, os paraquedas pesam 80 kg cada e ficarão 30 metros acima da cápsula quando forem totalmente abertos.
A 9.500 pés (2,9 km) de altitude, os 2 paraquedas serão descartados da sonda para a abertura de três paraquedas, de menor dimensão e de 5 kg cada um. Esses paraquedas também são feitos de kevlar e nylon. Os três paraquedas principais, com até 80 metros de comprimento se abertos, serão acionados para reduzir a velocidade de queda para 32 km/h.
Ao todo, 11 paraquedas serão acionados na operação de pouso: 3 de fibra de titânio, 2 de 80 kg, 3 de 5 kg e os 3 principais. Segundo a Nasa, a amerissagem poderá ocorrer em segurança, mesmo que um paraquedas de 80 kg e um paraquedas principal falhe.
ETAPAS FINAIS
A amerissagem está prevista para ocorrer 40 minutos depois do início da operação de reentrada, em algum ponto do Oceano Pacífico perto da península da Baixa Califórnia. A Marinha norte-americana e uma equipe de resgate do Centro Espacial Kennedy trabalharão em conjunto para recuperarem a cápsula. Mergulhadores conectarão um cabo à embarcação, que será puxada para um espaço no convés de um navio da Marinha. Equipes de procura recuperarão a capa protetora e os três paraquedas principais.
Considerado o primeiro teste para o retorno de missões tripuladas à Lua, a Missão Artemis 1 é organizada pela Nasa em parceria com 21 países, entre os quais o Brasil. O lançamento foi realizado na base de Cabo Canaveral, na Flórida, em 16 de novembro, após duas tentativas sem sucesso.
Em 21 de novembro, a missão aproximou-se da Lua e entrou na órbita retrógrada do satélite em 25 de novembro. Seis dias mais tarde, em 1º de dezembro, afastou-se da órbita da Lua e começou o retorno à Terra. A viagem não tripulada marcou uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion, que deve levar até 4 astronautas na 2ª etapa da missão, prevista para ser realizada até 2026.
A missão pretende ampliar a atuação no sistema solar, de forma a construir uma base lunar permanente, sustentável e fazer com que a Lua seja um ponto de apoio para projetos em Marte.
Créditos: Poder 360.