Créditos: depositphotos.com / BrendaRochaBlossom.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enfrenta uma crise significativa devido à falta de pessoal, que põe em risco a continuidade de suas atividades. Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, alertou sobre essa situação crítica, destacando que, sem uma ampliação do quadro de funcionários, a agência pode chegar a um estado de colapso em 2025.
Com apenas 1.400 servidores em atividade, a Anvisa se encontra bem abaixo do número necessário para garantir um funcionamento eficaz, especialmente quando comparada à FDA nos Estados Unidos, que possui cerca de 18.000 servidores. Destes, 458 estão aptos a se aposentar imediatamente, o que pode agravar ainda mais a situação.
Quais são as expectativas para a Anvisa com o governo atual?
Após a eleição do presidente Lula, houve uma esperança de melhoria nas condições da agência, visto que o novo governo parecia disposto a adotar medidas para apoiar a Anvisa. No entanto, Torres expressou decepção ao revelar que, embora tenham sido autorizadas 120 novas vagas, apenas 50 foram preenchidas até agora.
Essa insuficiência de recursos humanos torna a análise de documentos técnico-científicos um processo demorado, já que cada processo depende criticamente da disponibilidade de pessoal qualificado. Com a crescente demanda por aprovações de medicamentos e vacinas, o tempo necessário para concluir essas análises continua a aumentar.
A Anvisa e os desafios de negociação com o governo
O diretor-presidente destacou os esforços contínuos para chamar a atenção do governo quanto à necessidade urgente de aumentar o efetivo da Anvisa. Já foram enviados 27 ofícios e realizadas várias reuniões para discutir essa questão. Antonio Barra Torres reflete sobre a importância crítica de se expandir o quadro, mencionando que a única solução eficaz é o recrutamento de mais profissionais altamente capacitados.
Embora o governo esteja focado em cortar gastos, Torres argumenta que a contratação de mais funcionários para a agência não deveria ser vista como uma despesa, mas como um investimento fundamental para a saúde pública e segurança sanitária do país.
Consequências da falta de pessoal na Anvisa
A atual escassez de funcionários impacta diretamente a capacidade de a Anvisa aprovar novos medicamentos e vacinas. Os atrasos nos processos de análise podem ter consequências graves para a população, especialmente em tempos de emergência sanitária global, como a pandemia de COVID-19.
Encher essa lacuna no quadro de funcionários é essencial para que a Anvisa mantenha sua missão de proteger e promover a saúde pública no Brasil, garantindo que novos produtos sejam avaliados e liberados de maneira eficiente e segura.
Em síntese, a crise de pessoal na Anvisa é um problema que não pode ser ignorado. A resolução desta questão pode ser vital não apenas para o futuro da agência, mas também para a saúde e segurança de milhões de brasileiros.