Reprodução/redes sociais.
Os eleitores uruguaios estão prontos para decidir quem será o próximo presidente do país em uma eleição marcada pela intensa competição entre Yamandú Orsi, da Frente Ampla, e Álvaro Delgado, do Partido Nacional. O segundo turno ocorre neste domingo, 24 de novembro de 2024. Esta eleição tem atraído atenção devido à situação de empate técnico entre os candidatos.
De um lado, Yamandú Orsi, de 57 anos, representa o partido de esquerda, a Frente Ampla. Orsi construiu sua trajetória política como prefeito de Canelones, uma província importante do Uruguai, e é um aliado próximo do ex-presidente José Mujica.
Do outro lado, Álvaro Delgado, com 55 anos, é o candidato do principal partido de direita, o Partido Nacional. Veterinário de formação, Delgado foi o secretário do presidente Luis Lacalle Pou, que encerra seu mandato em breve.
Quais são as propostas dos candidatos?
Ambos os candidatos têm apresentado suas visões para o futuro do Uruguai. Orsi se baseia no sucesso legislativo da Frente Ampla, que conquistou a maioria no Senado e na Câmara dos Deputados. Sua campanha foca em temas sociais e inovação, buscando fortalecer o legado dos governos passados de esquerda no país.
Delgado, por outro lado, centra seu programa na continuidade das políticas de segurança e infraestrutura do atual governo Lacalle Pou. Ele busca também expandir as negociações comerciais do Uruguai, explorando novos mercados para fortalecer a economia nacional. A aposta de Delgado está no crescimento e desenvolvimento econômico sustentado.
História recente da Frente Ampla
A Frente Ampla tem uma longa história no Uruguai, desde a sua fundação em 1971. Atuou como uma coalizão de partidos, sindicatos e organizações civis, abrigando ideologias variadas. Governou o país por dois mandatos consecutivos sob a liderança de Tabaré Vázquez e José Mujica, que trouxe visibilidade internacional ao Uruguai por suas políticas progressistas e estilo de vida simples.
Continuidade ou mudança: O que está em jogo?
O embate entre Orsi e Delgado representa não apenas uma escolha de lideranças, mas também um plebiscito sobre o futuro político do Uruguai. Com quase 3 milhões de eleitores aptos a votar, a decisão poderá continuar a era das políticas progressistas da Frente Ampla ou fortalecer o caminho percorrido pelo Partido Nacional.
As pesquisas mais recentes mostram uma aparente vantagem de Orsi, mas a margem de erro indica que a eleição é imprevisível. A soma dos votos dos partidos alinhados com o Partido Nacional no primeiro turno sugere que a direita possui uma base forte, suficiente para desafiar a Frente Ampla. Especialistas observam que a diferença entre os candidatos pode ser mínima, replicando o cenário próximo observado em 2019.
Expectativas para o futuro
A legislação uruguaia, que proíbe a reeleição imediata, faz com que cada mandato presidencial seja observado como uma oportunidade para novas direções políticas. O sucessor de Lacalle Pou terá que lidar com os desafios econômicos e sociais que o Uruguai enfrenta, além de potencialmente redefinir as relações do país com a comunidade internacional. A decisão deste final de semana poderá definir o rumo do Uruguai pelos próximos cinco anos, afetando tanto políticas internas quanto externas.
Independentemente de quem vencer, o resultado eleitoral marcará mais um capítulo importante na história democrática do Uruguai, reafirmando sua tradição de participação ativa e decisão coletiva através das urnas.