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Elon Musk está abrindo a caixa preta do Twitter e há grandes chances de que o escândalo envolvendo as eleições nos EUA tome proporções mundiais e respingue por aqui. Há poucas horas, ele endossou um longo fio do jornalista Matthew Colin Taibbi com documentos internos que mostram como a campanha democrata foi privilegiada na disputa pela Casa Branca.
O caso envolve a “supressão da história do laptop de Hunter Biden”. Durante a campanha de 2020, o jornal New York Post publicou reportagem sobre possível corrupção do filho do atual presidente dos EUA, Joe Biden. Os indícios teriam sido obtidos de um computador pessoal de Hunter. A informação é do O Antagonista.
Na época, a publicação foi censurada pelo Twitter sob a alegação de “propagação de fake news” e violação da política relativa a conteúdo de hackers. “O Twitter tomou medidas extraordinárias para suprimir a história, removendo links e postando avisos de que [o conteúdo] podia ser ‘inseguro’. Eles até bloquearam sua transmissão por mensagem direta, ferramenta até então reservada para casos extremos, como, por exemplo, pornografia infantil”, escreveu Taibbi.
A rede social chegou a bloquear a conta da então porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, por compartilhar a história, o que levou a uma reação furiosa de Mike Hahn, funcionário da campanha de Donald Trump. “Pelo finja que se importa com os próximos 20 dias”, escreveu ele ao Twitter, segundo um email reproduzido pelo jornalista.
Nesta primeira leva de documentos — Musk já avisou que haverá outras –, há uma mensagem interna da executiva de políticas públicas da plataforma, Caroline Strom, pedindo atenção especial ao caso.
Taibbi diz também que se tornaram frequentes, em 2020, pedidos de partidos políticos para revisar ou até remover publicações de celebridades e perfis anônimos. Nesse sentido, os Democratas teriam sido largamente beneficiados. “Como o Twitter era e é predominantemente composto por pessoas de uma orientação política, havia mais canais, mais maneiras de reclamar, abertos à esquerda (bem, democratas) do que à direita.”
Segundo o jornalista, Jack Dorsey, então CEO do Twitter, não teria tomado conhecimento do esquema e chegou a questionar a suspensão de perfis e outras “ações de moderação”. Algumas comunicações entre funcionários do Twitter e congressistas democratas relativizam a Primeira Emenda da Constituição americana, que trata da Declaração de Direitos.
Ao comentar as relevações, Musk disse que “o Twitter agir sozinho para suprimir a liberdade de expressão não é uma violação da 1a emenda, mas agir sob ordens do governo para suprimir a liberdade de expressão, sem revisão judicial, é”.
Ao ser questionado pelo jornalista independente Avi Yemini sobre que outras eleições no mundo teriam sido direcionadas pelo Twitter, o bilionário cita o Brasil. “Tenho visto muitos tweets preocupantes sobre as recentes eleições no Brasil. Se esses tweets forem precisos, é possível que o pessoal do Twitter tenha dado preferência a candidatos de esquerda.”
No Brasil, o TSE firmou parcerias para o “combate à desinformação” com mais de 150 entidades, incluindo as big techs, partidos políticos, ONGs e sindicatos, e contratou uma empresa de monitoramento de conteúdo online (Partners Comunicação) — o contrato virou alvo da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle do Senado.
O colegiado promoveu recentemente audiência pública para debater a suspeita de parcialidade do TSE na campanha, inclusive cerceando manifestações individuais e reportagens sob o argumento de que seriam “sabidamente inverídicas”. O tribunal também aprovou resolução que permitiu atuar de ofício para supressão imediata de conteúdo e suspensão de perfis.
Créditos: O Antagonista.