O tratamento pode levar meses e exige avaliação periódica para acompanhar a evolução da embolia
Muitas pessoas que se curaram da covid-19 têm que lidar com sequelas, às vezes graves, da doença. Um levantamento do SBT Brasil mostrou um aumento de quase 40% nas internações por embolia pulmonar entre 2020, quando começou a pandemia, e agora, em 2022, em todo o país.
Vinte dias após o teste dar positivo, a psicóloga Janaína Diniz já estava aparentemente curada, mas a covid deixou uma herança: “muito cansada mesmo, muito ofegante, de puxar respiração, assim”. Ainda segundo ela, passou a sentir bastante “dor nas costas”.
Era embolia pulmonar, quando um coágulo se instala nos pulmões, impedindo a passagem de sangue. Não foi coincidência. Inúmeros estudos já confirmaram a formação de trombos ou coágulos em pacientes de covid. O pneumologista Paulo Antônio Faleiros explica que o coronavírus causa uma inflamação nos vasos sanguíneos, que favorece a formação dos coágulos. Os sintomas são, em suas palavras, “principalmente, falta de ar, dor torácica e também queda de saturação”. De acordo com ele, “se cair essa saturação e tiver juntamente esses sintomas, acho que tem que se pensar em embolia”.
A vacina reduz a chance de embolia, porque protege contra o agravamento dos casos. O tratamento pode levar meses e exige avaliação periódica para acompanhar a evolução da embolia. Isso explica a explosão de mais de 500% nos pedidos de exame nos últimos dois anos. E como o paciente com covid pode se prevenir contra a embolia? Segundo Faleiros, com “uma boa alimentação saudável, muita água”. “Hidratar, hidratar bastante. e não ficar só parado. Muitas vezes, a pessoa acha que está com covid e tem que ficar na cama o tempo todo “, acrescenta. Isso, pontua, “vai fazer com que ela fique estática, vai deixar o sangue parado nas pernas, podendo levar à trombose nas pernas e logo embolia pulmonar”.