Em recentes desdobramentos investigativos, a Polícia Federal obteve sucesso na recuperação de dados que haviam sido apagados de dispositivos eletrônicos associados ao tenente-coronel Mauro Cid. Cid, que desempenhou o papel de ajudante de ordens para o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi novamente convocado para depoimento. Agendado para a próxima terça-feira (19/11), o interrogatório ocorrerá na sede da corporação, em Brasília. Esses dados, anteriormente eliminados, levantam novas questões sobre eventos passados envolvendo a administração Bolsonaro.
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, expressou confiança de que seu cliente responderá satisfatoriamente a todas as perguntas. Bittencourt destacou que o tenente-coronel, em sua colaboração ao lado do ex-presidente, poderia ter se esquecido de algumas informações devido à extensão de seu serviço. Para o advogado, surgirem novos detalhes é algo inerente ao processo de delação premiada.
Como Mauro Cid está sendo Investigado?
O tenente-coronel está no epicentro de múltiplas investigações judiciais. Uma delas explora sua possível conexão com uma suposta tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Essas revelações advêm de uma delação premiada onde Cid detalhou reuniões com Bolsonaro e membros das Forças Armadas supostamente articulando um golpe.
Quais Foram as Reuniões Reveladas por Mauro Cid?
No depoimento à Polícia Federal em março, Mauro Cid descreveu pelo menos cinco encontros em que tais discussões aconteceram. Entre essas, destaca-se uma onde Filipe Martins, assessor especial à época, e o advogado Amauri Feres Saad apresentaram um rascunho de decreto para o golpe ao ex-presidente. Esse texto, segundo Cid, passou por revisões a pedido de Bolsonaro e foi discutido novamente com os chefes das Forças Armadas.
Ocorreu em 28 de dezembro de 2022 uma terceira reunião importante sob a liderança do coronel Bernardo Romão Correia Neto. Este evento contou com a presença de oficiais das forças especiais e assistentes de generais simpáticos à uma suposta ideia de um golpe. A natureza desses encontros e seu conteúdo sublinham uma grave tentativa de subverter o processo democrático no Brasil.
Quais os desdobramentos do caso?
O futuro de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, é incerto e depende do desenrolar das diversas investigações em que ele está envolvido. As principais possibilidades incluem:
- Condenação: Caso as investigações comprovem sua participação em crimes, como uma suposta tentativa de golpe, a venda ilegal de joias ou a fraude em cartões de vacina, Cid pode ser condenado e, consequentemente, perder o cargo no Exército e enfrentar penas de prisão.
- Promoção: Apesar das investigações, ainda existe a possibilidade de Cid ser promovido a coronel por antiguidade. No entanto, essa hipótese é considerada improvável devido ao desgaste que causaria à imagem do Exército.
- Arquivamento das investigações: Caso as provas não sejam suficientes para incriminá-lo, as investigações podem ser arquivadas, o que permitiria que Cid mantenha seu cargo no Exército e siga sua carreira.
Fatores que influenciam o futuro de Mauro Cid:
- Andamento das investigações: O resultado das investigações será fundamental para definir o futuro de Cid. Novas provas podem surgir e complicar ainda mais sua situação.
- Decisões do Exército: O Exército terá um papel crucial na definição do futuro de Cid. A instituição precisará decidir se mantém ou não o militar em seus quadros, considerando os crimes investigados e o impacto que sua permanência pode causar na imagem da força.