Ao longo dos últimos dias, tem-se discutido sobre a possibilidade de uma reformulação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para abordar o crescente uso de veículos com transmissão automática. A sugestão da mudança na categoria B, planejada para janeiro de 2025, seria criar uma subcategoria específica para motoristas que apenas dirigem veículos automáticos.
O Projeto de Lei 7.746/17, proposto pela deputada Mariana Carvalho, trouxe esse tema à tona em 2017. Segundo o projeto, a categoria B seria dividida em B1 para motoristas que dirigem exclusivamente carros automáticos, e B2, para aqueles que operam tanto modelos automáticos quanto manuais. Estas mudanças seriam válidas apenas para novas emissões de CNH, sem a necessidade de atualização para motoristas já licenciados.
O Projeto de Lei está Próximo de se Tornar Lei?
A realidade sobre a aprovação dessa iniciativa é mais complexa do que aparenta. A ementa do projeto no site oficial da Câmara dos Deputados menciona inicialmente apenas motociclistas com câmbio automático. Contudo, ele sofreu emendas para incluir veículos automáticos em geral. A situação do projeto se encontra em um impasse: está pronto para pauta na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), mas sem uma data definida para ser aprovado.
Em resposta a questionamentos, o Detran-SP esclareceu que o projeto continua em tramitação e sujeito a modificações, sendo prematuro adotar uma posição definitiva. Segundo o departamento, estão acompanhando o processo, prontos para estudar os impactos e adaptações necessárias, caso o projeto avance.
Iniciativas Paralelas: Carros Automáticos e Elétricos nas Autoescolas
O projeto de lei 3.688/2024, atualmente em tramitação no Senado, visa a regulamentação do uso de veículos automáticos e elétricos nas autoescolas. Essa proposta surge em resposta à crescente demanda por esses modelos no mercado, uma vez que os veículos com câmbio automático estão se tornando predominantes nas estradas. A senadora Teresa Leitão, responsável pela proposta, justifica a inclusão desses veículos no processo de aprendizagem para refletir as mudanças no setor automotivo. A ideia é permitir que as autoescolas se adaptem a essas inovações, preparando melhor os futuros motoristas para o tipo de veículos que dominarão as estradas.
Aqui estão os principais pontos do projeto:
- Preparação para o Futuro: O projeto visa garantir que os futuros motoristas estejam preparados para dirigir veículos que, segundo especialistas, serão os mais comuns nas estradas nos próximos anos.
- Uso de Veículos Automáticos e Elétricos nas Autoescolas: A proposta visa permitir o uso desses veículos nas autoescolas, algo que atualmente não é regulamentado pelos órgãos de trânsito.
- Proposta da Senadora Teresa Leitão: A senadora propôs essa medida em resposta à crescente popularidade de veículos automáticos e elétricos no mercado, refletindo a realidade atual da indústria automotiva.
- Adaptação das Autoescolas: Com a aprovação do projeto, as autoescolas poderão se adaptar às novas demandas, oferecendo cursos de direção para veículos automáticos e elétricos, que são mais comuns e exigem menos habilidades de câmbio manual.
- Crescimento da Produção de Veículos Automáticos: A justificativa para o projeto é a produção crescente de veículos com câmbio automático, que já dominam as vendas no mercado.
Subcategoria para Veículos Automáticos: Necessidade ou Futuro Próximo?
A discussão sobre a criação de uma subcategoria para carros automáticos na CNH levanta questões sobre a necessidade real disso em um cenário onde a produção de veículos automáticos está em alta. Atualmente, mais de 70% da produção nacional de veículos é composta por modelos com transmissão automática. Enquanto a reformulação da CNH enfrenta burocracias, a tendência aponta para uma aceitação crescente de automáticos nas vias e, possivelmente, nas normas de aprendizagem.
Perspectivas e Aguardos
A espera por avanços no Projeto de Lei sobre a CNH para carros automáticos continua. Acompanhar o processo legislativo e as adaptações necessárias será crucial para motoristas e instituições de ensino de direção. Embora a aprovação ainda não tenha data certa, a evolução das normas de trânsito parece inevitável, pressionada pelas inovações do setor automotivo e pelas preferências dos motoristas atuais.