Com a crescente digitalização das finanças pessoais, o número de fraudes online também tem aumentado significativamente. No Brasil, uma das principais ferramentas utilizadas por criminosos é o Pix. Lançado como uma solução para facilitar transações financeiras, o Pix está no centro de diversos tipos de golpes que afetam diariamente milhares de brasileiros.
Um estudo recente realizado pela empresa de proteção financeira digital Silverguard, intitulado “Golpes com Pix 2024”, revelou que a compra de produtos ou serviços em lojas, ou perfis falsos e falsas oportunidades de investimento são os golpes mais frequentes. Com isso, destaca-se a necessidade urgente de conscientizar a população sobre os perigos inerentes ao uso de plataformas digitais.
Quais são os Principais Golpes Envolvendo o Pix?
O estudo da Silverguard destacou dois tipos principais de fraudes que visam usuários de Pix. O primeiro, e mais comum, é a compra de produtos em lojas ou perfis falsos na internet. Este tipo de golpe é mais prevalente entre os grupos mais jovens, especialmente aqueles com menos de 30 anos, onde muitos buscam ofertas atraentes na internet e acabam sendo enganados.
Outro golpe bastante comum é a promessa de multiplicação de dinheiro via supostos investimentos. Essa modalidade atrai vítimas de diferentes faixas etárias, seduzidas pela perspectiva de altas rentabilidades em curto espaço de tempo. Além disso, há os golpes de impostores, nos quais pessoas se passam por conhecidos ou representantes de empresas legítimas pedindo dinheiro.
Por Que o Pix é Alvo de Criminosos?
No cenário atual, onde a maioria das transações financeiras são digitais, o Pix se destacou como uma ferramenta fácil e ágil para transferências. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os estelionatos realizados por meios eletrônicos superaram os roubos físicos nos últimos anos. Aproximadamente 45% das transações financeiras digitais em 2024 foram realizadas via Pix, o que o torna um alvo preferido para criminosos especializados em golpes bancários.
A principal razão do Pix ser tão explorado está na sua simplicidade de uso e velocidade nas transações. Infelizmente, essa agilidade também facilita a ação de criminosos que, através de técnicas de engenharia social, convencem usuários a transferirem dinheiro diretamente, sem a possibilidade de reversão da operação após a conclusão.
Como as Empresas Podem Contribuir para a Prevenção dos Golpes?
Márcia Netto, fundadora da Silverguard, destaca que a responsabilidade pela proteção contra esses golpes não recai apenas sobre os consumidores. Empresas de diferentes setores precisam adotar medidas proativas para mitigar fraudes. Além disso, operadoras de telefonia, redes sociais, e especialmente instituições financeiras, podem desempenhar um papel crucial interrompendo atividades fraudulentas rapidamente.
Muitas vezes, contas que estão envolvidas em fraudes demoram a serem bloqueadas, deixando espaço para que mais vítimas sejam lesadas. Isso ocorre principalmente por medo de falsos positivos ao tomar medidas contra contas suspeitas. Portanto, uma abordagem mais célere e assertiva é essencial para a proteção do usuário.
Impacto dos Golpes por Faixa Etária e Classe Social
O impacto dos golpes varia não apenas por idade, mas também pelo perfil socioeconômico das vítimas. Dados do estudo mostram que idosos, especialmente aqueles com mais de 60 anos, tendem a perder valores mais expressivos, sendo persuadidos facilmente por histórias emocionais. Em contraste, a Geração Z é mais suscetível a cair em fraudes relacionadas a compras online.
Além disso, o estudo revelou que vítimas das classes sociais mais altas, como a classe AB, tendem a perder valores mais elevados por golpe, com uma média de R$ 6.300. Já nas classes C e DE, as perdas são de R$ 3.500 e R$ 1.500, respectivamente, por incidente. Estes dados evidenciam a necessidade de campanhas educativas abrangentes que alcancem diferentes perfis de usuários.