Créditos: depositphotos.com / M150photo.
Um caso de raiva humana foi confirmado em Alvorada, na região sul do Tocantins. O paciente, um homem de 50 anos, está recebendo tratamento no Hospital Regional de Gurupi (HRG). Após análises realizadas pelo Instituto Pasteur, a infecção pela variante AgV 3, transmitida por morcegos, foi confirmada.
Em resposta à confirmação, o governo estadual anunciou o envio de mais vacinas para o município e intensificou as medidas de controle e prevenção da doença. A equipe médica do HRG está recebendo assessoria do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, para garantir o melhor tratamento ao paciente.
– Foto: Divulgação/Sesau
Quais são as medidas de controle para a raiva?
A raiva humana, uma doença viral grave com alta taxa de mortalidade, requer ações rápidas e efetivas para controle. Ela é transmitida pelo contato com saliva ou secreções de mamíferos infectados, como cães, gatos, morcegos, entre outros.
As principais ações de controle envolvem a vacinação imediata de quem teve contato com animais potencialmente infectados. A vacinação é uma medida preventiva crucial e deve ser realizada assim que o contato suspeito ocorrer, para garantir a proteção eficaz contra o vírus.
Letalidade da raiva humana
Algumas pessoas já sobreviveram à raiva humana, mas a doença é extremamente grave e tem uma letalidade de quase 100%:
- Marciano Menezes da Silva: Foi o primeiro brasileiro a sobreviver à raiva humana, em 2008, aos 15 anos. Marciano foi mordido por um morcego, mas o médico que o atendeu não lhe deu a vacina antirrábica porque ele não apresentava sintomas no dia. No entanto, algumas semanas depois, os sintomas surgiram e já era tarde para a vacina.
- Mateus Castro: Foi a segunda pessoa no Brasil a sobreviver à raiva humana.
- Outros casos de sobrevivência: Existem relatos de apenas mais três outras situações de cura no mundo: duas nos Estados Unidos, em 2004 e 2011, respectivamente; e a outra na Colômbia, em 2008.
A raiva é uma zoonose, podendo ser transmitida de cães e gatos para seres humanos. A pessoa deve procurar ajuda médica assim que é mordida por um animal infectado ou quando surgem os sintomas.
Os principais sintomas da raiva podem ser divididos em várias fases:
- Fase Inicial:
- Febre
- Mal-estar geral
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Sensação de formigamento ou queimação no local da mordida
- Fase Prodrômica (após alguns dias):
- Ansiedade
- Irritabilidade
- Confusão
- Alterações no sono
- Dificuldade para engolir
- Aumento da salivação
- Fase Neurológica:
- Espasmos musculares
- Paralisia
- Delírios
- Alucinações
- Hidrofobia (medo de água)
- Aerofobia (medo de correntes de ar)
- Fase Final:
- Coma
- Falência respiratória
- Morte (geralmente ocorre em poucos dias a semanas após o início dos sintomas)
A raiva é uma doença viral grave e, uma vez que os sintomas aparecem, a morte é quase inevitável. Portanto, é crucial buscar atendimento médico imediatamente após uma mordida ou exposição a um animal suspeito de estar infectado. A vacinação pós-exposição é altamente eficaz se administrada antes do início dos sintomas.
Realidade local e ações das autoridades
Equipes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) estão se mobilizando para realizar a coleta de amostras e monitorar animais na região de Alvorada. Essas ações visam identificar e capturar animais suspeitos de estarem contaminados pelo vírus da raiva.
A SES começou a investigar o caso em 23 de outubro, após a notificação inicial, e desde então tem trabalhado em parceria com a Adapec. A colaboração entre os órgãos busca não apenas tratar o caso humano, mas também controlar possíveis focos da doença em animais, assegurando a saúde pública.
Por que reforçar a vacinação é importante?
Mesmo após a vacinação realizada em fevereiro, a SES ressaltou a importância de um reforço anual. Isso garante que a população mantenha-se protegida, já que a exposição a animais infectados pode ocorrer em qualquer momento.
A vacinação em massa é uma das estratégias mais eficazes para prevenir surtos de raiva, e o fornecimento contínuo de vacinas é essencial, especialmente após a detecção de casos como o de Alvorada.
Importância da conscientização sobre a raiva humana
Para combater a raiva humana, é crucial conscientizar a população sobre formas de prevenção, detecção precoce e tratamento. Campanhas de informação podem ajudar a reduzir o medo e a desinformação, garantindo que as pessoas busquem ajuda rapidamente quando expostas a riscos.
Dessa forma, é possível minimizar os impactos da raiva na saúde pública por meio de ações coordenadas entre governo, autoridades de saúde e a população em geral.