Foto: AFP.
Um adolescente de 16 anos se declarou culpado nesta segunda-feira de atirar em quatro estudantes em sua escola em Michigan, no Norte dos EUA, um caso em que seus pais são acusados de negligência. Ethan Crumbley tinha 15 anos na época do ataque, em 30 de novembro de 2021, mas é acusado como adulto e pode pegar prisão perpétua.
— É sua escolha se declarar culpado? — perguntou o juiz do condado de Oakland, Kwame Rowe.
— Sim, senhor — respondeu o adolescente, vestido com o macacão laranja da prisão, óculos e máscara.
Crumbley reconheceu que ele levou uma pistola Sig Sauer carregada com 50 balas para a escola Oxford High School, no Norte de Detroit, tirou a arma de sua mochila e abriu fogo contra seus colegas de classe.
Quatro estudantes entre 14 e 17 anos foram mortos e outros seis e um professor ficaram feridos. Crumbley é acusado de assassinato e terrorismo.
— Não temos conhecimento de nenhum outro caso em qualquer lugar do país em que o autor de uma chacina tenha sido condenado por terrorismo sob acusações estaduais — disse a promotora do condado de Oakland, Karen McDonald. — Ninguém jamais foi condenado por acusações semelhantes nessas circunstâncias, um ato de violência direcionada como esse.
Durante a audiência de meia hora no tribunal, o adolescente disse que deu ao pai o dinheiro para comprar a arma usada no ataque.
Seus pais, James e Jennifer Crumbley, são acusados de homicídio culposo por fornecer a arma ao filho e ignorar os sinais de que ele poderia agir. James supostamente comprou a arma para Ethan durante uma promoção na Black Friday e sua esposa levou o jovem para um campo de tiro poucos dias antes do ataque.
Ambos foram presos em dezembro passado após tentarem fugir da polícia. O julgamento dos dois deveria começar em outubro, mas foi adiado e ainda não tem nova data definida.
A lei de Michigan permite que seja aplicada pena por homicídio culposo caso os promotores do caso identifiquem que houve contribuição de terceiros para que o crime acontecesse. Caso sejam condenados, os pais do jovem podem pegar até 15 anos de prisão.
Créditos: Jornal O Globo.