O mercado financeiro reagiu mal ao discurso promovido na tarde de hoje pelo ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), um dos nomes cotados para chefiar o Ministério da Economia no governo de Lula (PT), a uma plateia formada por banqueiros durante evento realizado na Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Por volta das 15h45 (horário de Brasília), o dólar subia mais de 2%, sendo cotado a R$ 5,419. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que reúne as empresas mais negociadas, caía 2,84%, aos 108.655,56.
Segundo Haddad, o presidente eleito terá a reforma tributária como uma de suas prioridades e não tomará decisões sem dialogar com os demais Poderes e diferentes setores da sociedade.
Logo no início de seu discurso, Haddad deixou claro que falava em nome do presidente eleito. “Fui convidado pelo presidente da Febraban para participar. Declinei do convite na terça-feira, mas ontem recebi um pedido do presidente Lula para representá-lo neste evento. Estarei falando em nome dele, e não em meu próprio nome”, disse.
A participação dele no evento foi vista como uma espécie de “teste” de seu nome para comandar a Economia — o PT quer formar uma dobradinha entre Haddad e o economista Pérsio Arida, um dos pais do Plano Real e membro da equipe de transição do governo petista. Neste arranjo, o economista ocuparia a secretaria-executiva da pasta ou o Ministério do Planejamento.
O mercado financeiro, no entanto, tem reagido mal a qualquer indicação de que Haddad será nomeado ao cargo, já que —aos olhos de investidores— é inclinado a flexibilizações das regras fiscais do país e tem pouca experiência técnica.